Fumaça já cobre o Acre, que em 4 dias queimou mais que todo o mês de agosto



queimadas_proibidas
Houve um pico de queimadas ilegais surpreendente nas últimas horas de agosto nos 22 municípios do Acre. Dados da sala de situação do Corpo de Bombeiros revelam que nos últimos 4 dias os focos de calor foram 30% maiores em relação a todo o mês passado. Sena Madureira, Tarauacá e Feijó são as cidades onde os crimes mais acontecem neste momento. Nesses período, os três municípios registraram 336 incêndios urbanos e rurais, segundo imagens de satélite monitoradas desde Rio Branco.
Uma reunião de emergência ocorreu na manhã desta segunda-feira entre representantes dos órgãos fiscalizadores e especialistas em clima ligados ao governo do Acre. Eles não souberam, no entanto, explicar a origem e o destino da densa cortina de fumaça que cobre o estado, mas mantiveram em alerta todo o aparato fiscal afim de dar respostas rápidas ás denúncias que surgem, dentre outras fontes, a partir do 190 da Polícia Militar. “Há um avanço nas ocorrências, mas a situação ainda é considerada tranquila em relação ao ano passado”, disse o major bombeiro Gomes.
O Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais  (Inpe) mantém o diagnóstico de dois meses atrás, segundo o qual a visibilidade precária provocada pelo dióxido de carbono é, em grande parte, culpa das queimadas realidades dentro do estado.
Bolívia e Peru, assim como Mato Grosso e Rondônia, aparecem como grandes produtores de fumaça na avaliação do ano todo. Porém,  para apontar um “vilão nesta história” é preciso um estudo mais aprofundado do ponto de vista científico”, destacou o superintendente do Ibama, Diogo Celhorst. A saúde pública começa a ser mais fortemente afetada neste período, o mais crítico da estiagem. Não há previsão de chuvas para os próximos dias e os serviços aeroportuários permanecem normais.
Fogo Zero
O governo do estado e várias entidades sindicatos rurais protocolaram nesta segunda-feira um pedido liminar para interromper parcialmente a proibição de queimar para plantar. A iniciativa atende ao apelo dos pequenos produtores rurais do Acre, que sobrevivem do que plantam em suas propriedades. O secretário de Meio Ambiente, Edgard de Deus, informou que, no pedido feito junto à Justiça Federal, pede-se que o juiz abre uma exceção e determine as queimadas em ao menos  2 hectares das propriedades . “Temos 40 mil famílias de agricultores familiares. O governo tem investido em alternativas que substituam o uso do fogo sem prejuízo à produção. Mas nem todas estas pessoas foram beneficiadas. Pedindo, então, que não queimem por enquanto, até que a justiça se pronuncie”, afirmou.

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