“Não basta obra, o povo não vota numa pessoa porque ele fez uma ponte
ou uma rua. O povo vota se o resultado daquilo teve uma explicação
politica convincente para as pessoas. E eu acho que a política está mal
trabalhada no Acre", disse Lula em entrevista coletiva concedida em seu
gabinete a um grupo de ‘blogueiros de elite’.
De fato, pouco temos a comemorar. O Acre é de longe o Estado mais
pobre da Amazônia, com mais de 60% da população situada na pobreza e
miséria.
Tudo que se consome no Acre é importado de outros estados da federação, gerando emprego e renda longe das terras de Galvez.
No Acre real, os bilhões investidos nos últimos 14 anos, captados
principalmente através de financiamento, somente contribuíram com o
aumento do fosso entre ricos e pobres, além do endividamento do Estado.
É o que comprova a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, a renda média mensal familiar per capita
dos 10% da população mais pobre do Acre, é a menor da região norte.
Trocando em miúdos, os pobres daqui são os mais pobres da região. Já
quando analisamos os 10% da população mais rica do Acre, observa-se que
estes lideram o ranking dos mais ricos da região.
Para se ter uma ideia do poder aquisitivo dos "novos ricos" acreanos, enquanto a renda média familiar per capita dos 10% da população mais rica de Rondônia é de R$ 2.582,06, no Acre a renda média familiar per capita dos 10% mais afortunados é de R$ 3.851,26 (49,15% maior), superando inclusive a média nacional que é de R$ 3.293,08.
O que isso significa em termos práticos? A riqueza está se
concentrando em poucas mãos e a desigualdade social crescendo
assustadoramente no Acre, resultado inverso aos ideais e princípios de
sustentabilidade que um dia nortearam o grupo político que ainda comanda
os destinos do Estado.
Enquanto o povo padece na miséria, sem emprego e sem
perspectivas, o governo insiste em propalar os avanços e os bilhões
gastos em cimento, tijolo e ferro.
Um governo que, apesar de usar o nome do povo como estratégia de
marketing em seu slogan e em vários programas (Ruas do Povo, Cidade do
Povo, etc), parece não se importar com as mazelas da população acreana,
mas apenas com a manutenção do poder e de seus aliados mais próximos,
seus amigos empreiteiros, empresários e políticos que se curvam em troca
do livre acesso e permanência nas minas inesgotáveis dos cofres
públicos. E os exemplos estão aí. Quem tentou mostrar coragem ou bater
asas acabou sendo humilhantemente obrigado (a) a baixar a cabeça e pedir
novamente o perdão e as bençãos dos comandantes.
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