Energia: alta pode inibir investimentos



O reajuste da tarifa elétrica para o Acre, definido na última terça-feira pelo colegiado da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não foi bem recebido dentro do setor comercial e industrial do Estado.

De acordo com a decisão da Aneel, a partir do próximo dia 30 de novembro, o custo da energia elétrica para os acreanos terá acréscimo de 8,5% para consumidores de baixa tensão (abaixo de 2,3 kV - residências) e de 10% a ser aplicado na conta dos consumidores de alta tensão (de 2,3 a 230 kV – indústrias).

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/AC), Leandro Domingos, a realidade do setor elétrico nacional é totalmente adversa aos interesses do setor produtivo, que não está conseguindo arcar com o custo elevado do serviço. Domingos define como caótica a prestação de serviços do setor no Acre.

“No Acre, este impacto é maior, em face do Estado arcar com uma das mais elevadas tarifas do setor. Aliado a este fator, a prestação dos serviços de geração e distribuição de energia é caótica. A qualidade da distribuição é péssima e as constantes quedas da tensão elétrica e suspensões temporárias do fornecimento causam imensos prejuízos às empresas e as pessoas”, comentou por e-mail.

Leandro Domingos analisou que o alto custo da energia elétrica no Estado e a má qualidade dos serviços acabam inibindo o setor produtivo local. Segundo ele, entre outras consequências, poderá haver prejuízos na geração de empregos e renda.

“Fica difícil sustentar a indústria acreana com a presença dessas variáveis negativas. Poucos investidores ousarão investir no Acre, com tamanhas dificuldades. Já temos a nosso desfavor, a distância que nos liga aos grandes centros consumidores, assim como a falta de um mercado potencialmente consumidor. Precisamos ter vantagens comparativas para atrair investimentos”, considerou.

Avaliando o custo da energia elétrica como um componente importante no custo do comércio de bens e serviços, o presidente da Fecomércio/AC crê que o desgaste por conta de uma tarifa elevada, ‘tira da empresa a possibilidade de poupar e reinvestir em seu negócio’.

Domingo destacou que a sociedade não esperava uma elevação do preço da energia elétrica no atual momento e lamentou o quadro, considerando se tratar uma realidade não só do Acre, mas de todo o país, o que causa inconsistência e dúvida no setor empresarial e comercial.

“Este insumo tem tido sistemática elevação de preços, enquanto a economia nacional está parada. Os negócios estão em ritmo lento. Não justifica a prestação de esses serviços sofrerem reajuste neste momento. O governo federal quer manter a inflação sob controle, mas não consegue conter a elevação constante dos preços dos serviços públicos. Enquanto isso as empresas tentam manter-se vivas”, declarou.

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