O desafio de mulheres que cuidam dos filhos sozinhas, e que trabalham nas datas festivas para ganhar uma renda extra

As "super mães" acumulam os papeis de pai e mãe de seus rebentos/Foto: Divulgação
As "super mães" acumulam os papeis de pai e mãe de seus rebentos/Foto: Divulgação
O número de mulheres que chefiam o lar, onde se incluem as mães que cuidam sozinhas Dos filhos, cresceu mais de 15% nos últimos dois anos, de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística.

São as chamadas "super mães", que acumulam os papeis de pai e mãe de seus rebentos.

A definição pode não ser científica e plausível de controvérsias, mas é o que caracteriza melhor as mulheres que desenvolveram a aptidão de criarem, sem ajuda, seus filhos.

Para a dona de casa e vendedora ambulante Maria de Alice Castro, 56 anos, moradora do bairro Aeroporto Velho, super mãe é aquela que consegue ser uma super mulher para criar os filhos, garantindo a eles boa educação e vida digna.

Ela diz que super mãe é aquela que consegue vencer as lutas diárias, cuidar da casa e do trabalho, sem jamais abrir mão dos cuidados para com os filhos.

“Precisa ser muito forte para ser uma super mãe, mas nós conseguimos”, resume.

Maria de Alice: "Super mãe é aquela que consegue ser uma super mulher"/Fotos: Gina Menezes/Agência ContilNet
Maria de Alice: "Super mãe é aquela que consegue ser uma super mulher"/Fotos: Gina Menezes/Agência ContilNet
Maria Alice Castro mora em uma residência humilde feita de madeira na periferia de Rio Branco, e desde cedo aprendeu o conceito de ser o que alguns chamam de super mãe.

Viúva e mãe de quatro filhas, a vendedora descobriu-se sozinha para criá-las depois da morte do marido, em 1991, e desde então tem sido ao mesmo tempo o que ela denomina de “pai e mãe da casa toda”.

“Quando fiquei viúva, precisei de ajuda, mas não de nada dado, mas sim de um meio para trabalhar. Uma grande amiga me emprestou uma máquina de costura e eu comecei a costurar. Depois, passei também a ser lavadeira de roupa. Sempre fiz de tudo um pouco, mas nunca deixei faltar nada para minhas filhas”, diz.

Dona Maria Alice, mesmo não sabendo, faz parte de um grupo cada vez maior no Brasil: o das mães que,por diferentes circunstâncias, criam os filhos sem ajuda, chefiando os lares brasileiros.

Segundo dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), elas representavam 22,2% do total em 2000; no final de 2012, este percentual já havia subido para mais de 37%.

Para muitas mulheres, o Dia das Mães é a oportunidade de receber uma homenagem em forma de presente.


Para a micro empreendedora individual, Lourdes Lopes, o dia festivo é uma oportunidade de ganhar dinheiro extra
Para a micro empreendedora individual, Lourdes Lopes, o dia festivo é uma oportunidade de ganhar dinheiro extra
Oportunidade
Para a micro empreendedora individual, Lourdes Lopes, o dia festivo é uma oportunidade de ganhar uma graninha a mais, preparando doces que serão vendidos para serem presenteados nesta data. 

“É uma boa data para fazer os meus chocolates e ganhar um dinheiro a mais. Sempre ajuda”, diz.

Lourdes é mãe solteira de dois filhos e aprendeu, desde cedo, a prover, sozinha, o sustento deles.

Mãe solteira aos 20 anos, a vendedora está há mais de duas décadas sem ter um mês completo de férias.

“Nunca dá tempo. Antes, era empregada e vendias as férias ou aproveitava para ganhar um extra. Hoje, tenho meu próprio negócio e não consigo parar também”, diz.

Otimista, Lurdes diz que todo o sacrifício feito durante a vida valeu a pena por ter construído uma base sólida de educação para os filhos.

“Fui pai e mãe sozinha, e graças a Deus criei dois homens honrados. Um passou no concurso da Polícia Militar e está estudando na faculdade, e o mais novo está se preparando para o vestibular. Ser super-mãe vale a pena”, declara.
fonte   Agência ContilNe

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