Tom Zé voltou a ser
assunto na mídia esses dias por um episódio um tanto quanto
desagradável. Deu-se no Rio de Janeiro, numa casa de shows, no último
dia 10. Enquanto cantava, o cantor teve um copo de cerveja arremessado
no palco. O ato provocou a fúria do baiano.
No trecho abaixo, Tom profere um arsenal
de xingamentos e palavrões para delírio da plateia, que o ovaciona.
Outros trechos sobre o episódio estão disponíveis no You Tube – o que
publico aqui se aproxima de 200 mil visualizações.
Longe de uma ode a artistas
“porra-loucas”. Se bem que nossos ídolos andam sem personalidade,
apagadinhos. Chamo a atenção para o desrespeito que grande parte do
público passou a reservar a baluartes da música popular brasileira,
enquanto meteoros, camaros e tchetcherêrêtchetches são cultivados.
Tom Zé é um sustentáculo vivo de nossa
cultura, um dos líderes do movimento Tropicália, compositor,
instrumentista e arranjador. Um dos poucos artistas que quando
confrontado tem algo a dizer. Dispensa-se currículo. Respeito é bom, e
Tom Zé merece, porra!
Em meio a atual conjuntura da música
brasileira, clamar por talento e desejar conteúdo chega a ser
obrigatório. E abusivo. Ah, os fã-clubes. Se bem que gosto não se
discute. Mas a falta dele, sim.
Ano passado, Rita Lee tocou o terror em
Aracaju, irritou o governo local e tirou do sério a PM do Estado. Mandou
as autoridades à merda. Foi presa por desacato e ameaçada de processo.
Houve protestos país afora, inclusive de gente da “nata”. No fim, as
autoridades voltaram atrás. Rita foi “perdoada”. Ficou a audácia e o
desrespeito.
Artistas como Tom Zé e Rita Lee não
vendem revistas. Nem emplacam paradas de sucesso nas rádios. Não mais.
Só são lembrados quando algo de ruim acontece. Ou quando morrem. A mídia
segue o que a massa prolifera. A massa consome o que a mídia vende. Não
importa se um verso é repetido 34 vezes numa mesma canção. A indústria
musical brasileira tornou-se rasa, medíocre e xexelenta.
*Dedico este post aos (poucos) artistas
que não se curvam ao modismo e nem nadam com a corrente. Àqueles que
honram com muito esforço o cabedal conquistado com tanta dedicação e
talento em anos e anos de estrada.
“Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não
passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom
para o futuro.” (Albert Camus)
fonte d1.ig.com.br/blogueiros
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