A reportagem de Agazeta.net percorreu a BR-364 entre Rio Branco e a balsa nesta terça-feira, 25. Por causa da dificuldade de acesso, o tráfego de veículos diminuiu bastante. No posto de fiscalização da Tucandeira, o movimento de caminhões e carretas é considerado pequeno para a demanda.
Nos 15 quilômetros que antecedem a travessia sobre o rio Madeira existem três pontos totalmente alagados. Em um deles, o movimento de caçambas e máquinas é grande. Desde a última semana, o local está sendo elevado com pedras. Uma verdadeira corrida contra o tempo e o isolamento.
Como a passagem pela balsa foi modificada, a espera aumentou bastante. O resultado é a quantidade de veículos que se formou no local. Os irmãos Clair e Wanderley Piltz estão com duas câmaras frigoríficas. Se a carne não a chegar à Manaus em dez dias, a carga pode estragar. Prejuízo de quase meio milhão de reais.
Carreteiro encontrado morto
O distrito de Vista Alegre do Abunã se transformou no último reduto para caminhoneiros e carreteiros que pretendem deixar o Acre. Na manhã de hoje, eles acordaram ainda mais tristes. Durante à noite, Joaquim Batista morreu enquanto dormia no próprio veículo.
Ele estava há mais de 30 dias aguardando para seguir viagem. Provavelmente, o homem não resistiu a um ataque cardíaco. Joaquim era mineiro e tinha 53 anos de idade. A família já foi comunicada.
O clima de incerteza só aumenta e gera apreensão. Ricardo Cabreira reclama da falta de serviços básicos de saúde. Cada dia de espera agrava ainda mais o diabetes. “Minha situação é complicada. O remédio que eu preciso só tem em Rio Branco, a 250 quilômetros de distância. Tenho medo de ser a próxima vítima”, revelou.
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