No estudo intitulado 'Luminal A vs Luminal B: Impact of different St.Gallen Ki67 and PgR cut points in the TEAM study' eles avaliaram o método de separação dos pacientes com câncer de mama, que normalmente são divididos em luminal A (menos agressivo) e luminal B (mais agressivo), usando como base um biomarcador de proliferação chamado Ki67, que no caso é uma proteína. Foram avaliados 3.790 pacientes
"Existem estudos e instituições que querem dividir câncer de mama com receptor de estrogênio em dois grupos: luminal A e luminal B. Nossos dados e nosso questionamento é se essa dicotomização pode realmente ser feita, uma vez que o câncer de mama é muito heterogêneo e, entre esses tumores, existem nuances de gravidade. Não é pranco ou preto", explica.

Para ela, a pesquisa é importante porque muitas vezes os pacientes acabam recebendo o tratamento de quimioterapia sem necassidade. "Quando se categoriza as pacientes como luminal B, ela recebe quimioterapia. O que estamos questionando é se essa categorização, baseada nos valores de Ki67, serve para a paciente. Eu acredito que não, porque esses valores são arbitrários e não refletem o comportamento biológico do tumor e ainda faz a paciente receber tratamento quimioterápico sem necessidade", afirma.
Por conta desse e outros estudos, o congresso, em que os pesquisadores foram premiados, decidiu abandonar os antigos conceitos do uso do biomarcador para determinar o tratamento de quimioterapia. "O estudo ganhou o prêmio de primeiro lugar justamente por desafiar o status e a maneira com que outros pesquisadores enxergam a doença", diz Joema.

Ela acredita que, gradativamento, haverá mudanças na hora de determinar quem deve ou não receber o tratamento em quimioterapia. "O consenso [da Conferência] lança orientações que podem ou não serem seguidas pelas instituições. Relacionando ao meu trabalho, o paciente deverá ter um Ki67 maior ou igual a 30% do tumor para ser considerado luminal B", explica.
fonte g1