Uma denúncia de moradores dá conta de que centenas de donativos que deveriam ter sido entregues às vítimas da cheia no município acreano de Porto Acre, há 72 km da capital Rio Branco, estariam estragando dentro de depósitos.
Mediante ao fato, populares invadiram um dos locais onde estava sendo estocados colchões, leite em pó e massa para mingau e saquearam alguns produtos na tarde desta quarta-feira (24).
De acordo com Jairo Nery, um dos moradores de Porto, a população ficou revoltada com a situação e resolveu entrar no depósito da Escola Municipal Nilcen Machado da Rocha e pegar os produtos por conta própria
“Os moradores levaram colchões, massa para mingau e leite em pó que estavam no local. O pessoal da prefeitura está aqui para tentar conter as pessoas, mas eles [prefeitura] não têm nem o cadastro para saber quem tem o direito de receber“, informou o morador.
A Polícia Militar foi chamada para tentar conter o tumulto. Segundo a assessoria da polícia, a guarnição foi chamada até o local para conter a confusão e retirou as pessoas que estavam dentro da escola tentando levar o material.
A Prefeitura de Porto Acre, por meio da assessoria, informou que após a chegada da polícia o tumulto foi contido e que alguns produtos já estão sendo entregues à população.
Entenda o caso
Centenas de donativos que deveriam ter sido entregues às vítimas da pior cheia da história de Porto Acre. Porém muitos produtos teriam estragado antes de chegar às mãos de quem mais precisava.
Colchões, leite em pó, massa para mingau e galões de água eram mantidos em um depósito e em salas de uma escola abandonada no município. A denúncia foi feita por moradores.
O funcionário público, Pedro Bezerra, 46 anos, procurou formalizar a denúncia no Ministério Público do Acre (MP-AC), nesta quarta-feira (24). Indignado com a situação, ele contou que tem recebido ameaças por causa da denúncia e que lamenta pelas pessoas que nunca chegaram a receber a ajuda necessária.
A Prefeitura de Porto Acre se posicionou por meio de nota e informou ao que “tendo em vista a denúncia de que donativos destinados para as vítimas da alagação, estariam estragando em um depósito, sem que fossem entregues a população, esclarece: De acordo com a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) a assistência as famílias atingidas pela cheia se estende por quatro meses. Partindo dessa premissa a assistência as vítimas da alagação está sendo realizada de maneira gradativa”, se defendeu.
O documento informou ainda que o Prefeito Carlinhos Portela reuniu-se na última sexta-feira (19) com a Comissão Municipal de Defesa Civil e um representante da Defesa Civil Estadual para tratar sobre a entrega da última remessa de donativos. “A entrega da última remessa ficou marcada para os dias 29 e 30, segunda e terça-feira, da próxima semana”, acrescentou a nota.
Com informações do G1.