A mãe da criança também chegou à unidade de saúde horas depois por ter apresentado problemas pós-parto. De acordo com informações do hospital, o choro da criança foi ouvido pela irmã da bebê, que em seguida pediu ajuda aos vizinhos. A dona de casa, Maria Marliz da Conceição, de 45 anos, foi a primeira que ao local e pegou a criança desacordada.
A irmã da bebê me entregou ela desacordada, toda cheia de tapurus pelo corpo, apertei no peito dela, ela chorou, subi a ladeira e entreguei para outra mulher, que em uma moto, levou até o Samu. Depois voltei e fui socorrer a mãe que estava desmaiada no banheiro”, conta.
Marliz confirmou que ninguém sabia que a mulher estava grávida. “Ela sempre foi gorda, nunca relatou gravidez. Estava doente, teve malária e estava sendo tratada com depressão. Está separada do marido há cerca de um ano. Fico feliz em saber que contribui para salvar minha vizinha e sua filha”, diz.
O gerente de Assistência a Saúde, Fernando Rossi, disse que apesar do acontecido o quadro clínico da criança é animador e que ela reage bem e deverá ficar internada por sete dias. “Apresentava hipotermia com cianose e dificuldade de respirar. O Samu prestou um bom atendimento. As larvas foram retiradas das vias áreas e orifício da bebê. É difícil de acreditar que a mãe não tivesse conhecimento da gestação”, acredita.
Na manhã desta segunda-feira (29), a gerente geral da maternidade, Rosa Maria da Conceição, anunciou que a mãe está restabelecida e aceitou amamentar a criança. As duas ficarão internadas. “A mãe não demonstrou nenhuma rejeição à criança, o que me deixou muito feliz. Logo que a pediatra foi conversar com mãe, de imediato, ela disse que queria amamentar sua filha”, conta.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e segundo o delegado responsável, Roberto Lucena, disse que a mãe pode responder por infanticídio.
“Mandei os policiais irem à maternidade para tomarmos conhecimento dos fatos. A mãe relatou que não sabia da gravidez. Disse ter sentido uma dor estomacal muito forte e a criança foi expelida. Ela tem histórico de depressão. Mas vamos investigar para verificar qual a sua culpabilidade, checar se ela teve mesmo a intenção de matar a própria filha. Ela pode ser enquadrada por infanticídio", explica.
O G1 tentou entrar em contato com a mãe do bebê, mas a direção informou que a mãe não estava autorizada a dar entrevista até o fim da internação na unidade.

Criança foi achada em privada coberta de larvas
fonte g1