MP denuncia quase 170 integrantes de facção criminosa

Cento e sessenta e cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual do Acre  (MP-AC) por suspeita de envolvimento em uma organização criminosa que atua no estado. A apresentação da denúncia foi divulgada na manhã desta quarta-feira (18), durante coletiva de imprensa.
MP fez apresentação com os 13 integrantes ligados ao crime organizados no Acre  (Foto: Divulgação/MP-AC)
Segundo o promotor de Justiça Bernado Fiterman, as investigações apuraram, inclusive, a data de criação do grupo criminoso. "A data de fundação se deu no dia do aniversário de um dos conselheiros. O número é bem maior de integrantes, mas, neste primeiro momento, conseguimos colher provas contra esses 165", explica.
As investigações iniciaram após uma onda de ataques ocorridos no Acre no mês de outubro de 2015, quando em represália à morte de dois integrantes o grupo incendiou carros e casas, além de ônibus. Integrantes da organização criminosa foram presos durante a Operação Fim da Linha, realizada na madrugada do dia 31 de março deste ano.
Segundo o delegado responsável pela operação, Getúlio Teixeira, dos 165 mandados, a polícia cumpriu 150 e os outros 15 suspeitos ainda estão foragidos.
O delegado explica que durante as investigações foi identificada a estrutura organizacional do grupo que atuava dentro e fora do presídio.
O delegado disse ainda que a facção criminosa tinha escritório e cobrava valores diferentes de integrantes presos e que estavam em liberdade. Teixeira enfatiza ainda que mais integrantes foram identificados e que o grupo ficou desestabilizado após a operação.
"O grupo ainda existe, mas sofreu um baque com a operação. A organização possuia uma hierarquia, com pagamentos e um escritório. Funcionava como uma empresa mesmo. Essa operação desestruturou a facção, mas as investigações continuam e só vamos sossegar quando acabarmos com ela", diz.
MP-AC denunciou 165 pessoas ligadas a facções criminosas  (Foto: Iryá Rodrigues/G1)
Quase 600 páginas de denúncia
A denúncia possui 592 páginas. Das 165 pessoas denunciadas, 21 seriam os chamados conselheiros e ex-conselheiros, 38 responsáveis pelos bairros, cidades e pavilhões de presídio e 106 integrantes.
Para fazer parte da organização, os integrantes precisavam cometer crimes diversos. Os principais crimes praticados são tráfico de drogas, roubo, homicídio e porte ilegal de armas.
O procurador de Justiça Álvaro Pereira disse que essa pode ser considerada uma primeira fase do processo contra esses integrantes, pois as investigações devem continuar. "Dentro dessa organização, com a prisão dos membros, é possível que surjam novas lideranças e as instituições vão continuar trabalhando", finaliza.
Ataques
Rio Branco sofreu uma série de ataques em outubro de 2015 após a morte de Denis Fortunato de Souza, de 25 anos, e Fábio Andrade de Araújo Pereira, de 32 anos, baleados quando tentavam assaltar uma clínica em Rio Branco, no dia 5 de outubro. Após as mortes, tanto a capital, como o interior sofreram com atentados, que iam desde incêndio em carros estacionados na rua, ônibus e também casas.
Como medida, a Secretaria de Segurança iniciou a transferência de alguns detentos para presídios federais como forma de conter as ações criminosas.
Em março deste ano, a polícia cumpriu mais de 200 mandados de prisões durante a Operação Fim da Linha. As pessoas denunciadas pelo MP foram presas durante essa ação.
fonte  g1.globo.com

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