"Acreditava que ela voltaria viva. Achava que eles ainda iam entrar nesse portão e subir essa escada, me dá um beijo e se desculpar pelo tempo que passaram longe", conta entre lágrimas.
Lina diz conhecer a mãe do suspeito e conta que há algum tempo Marcia e a mãe dele teriam se desentendido por conta de um terreno.
"Os dois eram usuários de drogas, mas não faziam mal a ninguém. A Marcia já tinha discutido com a mãe do suspeito, teve esse conflito, mas não tenho certeza se foi por conta do terreno", revela.
Ainda segundo a mãe, a data de desaparecimento do casal coincide com a briga pelo pedaço de terra. A dona de casa confirma ainda que Marcia e Tavares costumavam fazer pequenos roubos na comunidade, como teria alegado o suspeito durante sua confissão, mas que não teriam mexido na casa de Paiva.
"Eles não podem ter invadido, já que pessoas viram eles batendo palmas. E outra, eles sabiam que o pessoal dali era perigoso", diz. Muito abalada, a mãe pede por Justiça e diz ainda que os seis filhos do casal foram divididos entre os familiares.
"Depois que minha filha desapareceu tenho lutado para criar esses meninos", conta.
A Polícia Civil iniciou, às 6h desta terça-feira (31), uma escavação na Travessa Apocalipse no bairro Belo Jardim I, em Rio Branco, em busca dos corpos de Marcia Carvalho e Ocivaldo Tavares, que estavam desaparecidos desde agosto de 2015.
Na casa de Geisson Paiva, de 28 anos, foram feitas as investigações e encontrados fios de cabelos no local onde foram enterradas as vítimas. Após a prisão, Paiva confessou o crime e, com frieza, contou os detalhes do assassinato. A todo momento o suspeito sorria.
Preso na delegacia da 2ª Regional, em Rio Branco, Geisson Ferreira de Paiva, de 28 anos, manteve o sorriso no rosto ao confessar que matou o casal Marcia Carvalho, de 34 anos, e Ocivaldo Tavares de Mendonça, desaparecidos desde abril de 2015. Demonstrando frieza, ele conta que cometeu o crime após o casal tentar invadir a casa dele que fica no bairro Belo Jardim.
"Matei primeiro o cara e depois a mulher para apagar as testemunhas. Eles entraram na minha casa achando que eu estava dormindo, mas eu estava drogado. Ele era o maior ladrãozinho, eu peguei ele e passei sal nos dois. Matei com machado e o corpo eu desandei, evaporou, sumiu", salienta.
Um tambor contendo possivelmente os restos mortais do casal Marcia Carvalho, de 34 anos, e Ocivaldo Tavares de Mendonça mortos por Geisson Paiva, de 28 anos, foi encontrado na manhã desta terça-feira (31), na Travessa do Pescador, no bairro Belo Jardim I, cerca de 800 metros de distância da casa do suspeito.
De acordo com a polícia, um crânio e um fêmur estavam dentro do tambor, porém, o material ainda deve ser avaliado pela perícia. A casa onde o casal foi queimado seria do irmão de Paiva. O ossos foram encontrados dentro do recipiente ainda com cinzas.
O delegado responsável pelas investigações, Cleylton Videira, informou que o suspeito deve responder por dublo homicídio e ocultação de cadáver. "Estamos juntando todas as provas para alegar a ocultação de cadáver e encaminhar tudo ao Judiciário. O irmão dele também deve ser investigado", explica.
O irmão de Marcia, Paulo Ricardo Carvalho, conta que não tinha mais esperanças de encontrar a mulher viva, mas que a mãe acreditava que Marcia ainda pudesse aparecer com vida.
"A gente recebia muitas informações e muitas pistas, mas nada muito certo. Estamos, por um lado, confortados com a prisão, mas agora vamos aguarda pela justiça. Minha mãe tinha esperança de vê-los vivos, mas já sabíamos que não era possível. Agora, bom ou ruim, sabemos o final dessa história", lamenta.
fonte g1.globo.com
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