O servidor foi enviado de Belém para o Acre para conhecer a produção e o comércio de açaí do município. Além disso, ele deve discutiu estratégias para a regulamentação da venda e produção do açaí com representantes de instituições que atuam no seguimento.
O material apreendido foi encontrado em uma empresa que solicitava autorização para comercializar o produto.
"Foi necessário que houvesse a apreensão, foram coletadas amostras desse produto que serão enviadas para laboratório para as devidas análises. Isso é uma medida preventiva, cautelar, nós não queremos dizer com isso ou atestar que aquele produto é impróprio para o consumo”, salienta o gerente do Ministério no Acre, Luziel Carvalho. Só após os testes, o Ministério poderá dizer se o açaí apreendido está apto para ser vendido.
Carvalho explica ainda que o Ministério trabalha, junto com o governo do estado, para elaborar uma legislação estadual voltada para a área de bebidas, dentre elas o açaí, regularizando a atividade produtiva e comercial.
"O que nós solicitamos às demais empresas, os demais produtores e as pessoas que são envolvidas com essa atividade é que busquem se adequar da melhor maneira possível. Já estamos elaborando uma legislação estadual no intuito de normatizar toda a atividade, tanto produtiva quanto comercial, não somente do açaí como as demais polpas também”, enfatiza.
O auditor diz ainda que o órgão está fazendo contato com as demais superintendências do Ministério para solicitar a viagem de auditores federais ao Acre para ajudar no trabalho.
“Esse é um problema que vários outros estados também já encararam e conseguiram superar, com certeza com isso todo mundo sai ganhando, a sociedade sai ganhando porque vai começar a consumir um produto com segurança alimentar, o estado sai ganhando porque também vai gerar receita e nós também, em nível federal, estaremos ganhando porque estaremos aqui atuando e fazendo nosso trabalho da melhor maneira possível", finaliza.
Entenda o caso
Exames feitos com cinco amostras de açaí do município de Feijó, no período de agosto deste ano, encontraram DNA de barbeiro – inseto transmissor da doença de Chagas em 100% do material coletado.
As investigações, feitas pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), foram feitas após 13 pessoas da mesma família serem diagnosticadas com doença de Chagas. O resultado dos exames foi divulgado em coletiva de imprensa, no dia 10 de outubro, em Rio Branco.
O secretário de Saúde do estado, Gemil Júnior, informou que todas as amostras foram coletadas em um único dia, durante o tradicional festival do açaí na cidade de Feijó.
"Nesse período da análise foram vendidos mais de 230 mil litros de açaí. É uma demanda muito alta para um município em um período de festival, mas não se tem nenhum caso registrado da doença e também não vamos ter, porque o período de incubação já passou, que é de sete dias. O governo sempre faz essas análises em relação ao açaí em todo o estado", afirmou o secretário.
Mortes
Em março deste ano, o casal Francisco Maian da Costa, de 18 anos, e Celiana Silva, de 17, nos dias 26 e 29 de fevereiro, respectivamente, morreu após tomar açaí contaminado pelo barbeiro. A família do casal mora em uma comunidade rural da cidade de Rodrigues Alves, a 627 km da capital acrena. Inicialmente, a doença de Chagas era apenas a suspeita, sendo confirmado o diagnóstico no dia 11 de março pela Saúde do Acre.
Duas irmãs de Costa também foram diagnosticadas com a doença. A pequena Francisca Adrielly, de 12 anos, ficou internada por mais de um mês no Hospital da Criança, em Rio Branco, e ficou com uma lesão no coração, por causa da enfermidade, segundo a médica que a atendeu.
Pesquisa
Dois meses após os casos em Rodrigues Alves, a coordenação que trata sobre doença de Chagas no Acre visitou as cidades da região do Vale do Juruá, como Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. A medida fez parte de uma campanha de prevenção e conscientização após a região registrar nove casos da doença.
Uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília também esteve no local e fez pesquisas na comunidade Nova Cíntra, onde sete casos da doença foram confirmados neste ano.
Colaborou Evely Dias, da Rede Amazônica Acre.
fonte g1.globo.com
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