O Senado elegeu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para comandar a
Casa pelos próximos dois anos. vitorioso por 56 votos, presentes 78
senadores em Plenário, Renan assume pela segunda vez a presidência da
Casa. Alagoano, nascido em 1955 na cidade de Murici, ele foi deputado
estadual, duas vezes deputado federal e está no seu segundo mandato de
senador. Foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso
e, em 2007, renunciou à presidência do Senado em razão de acusações
apresentadas ao Conselho de Ética da Casa.
O segundo candidato na disputa pela presidência do Senado, Pedro
Taques (PDT-MT), teve 18 votos. Foram apurados ainda dois votos em em
branco e dois nulos.
Discursando no Plenário nesta sexta-feira (1º), ainda como candidato à
Presidência do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou sua
intenção de criar uma Secretaria da Transparência, para atender as
demandas da sociedade. Ele disse que vai colocar na pauta da Casa uma
série de medidas destinadas a remover do Brasil o que chamou de “entulho
burocrático”.
Renan Calheiros apresentou para os senadores quatro eixos
propositivos com a finalidade de fortalecer o Senado e o Congresso
Nacional. Na área administrativa, que definiu como primeiro eixo, disse
que pretende continuar e aprofundar reformas iniciadas por José Sarney
em busca da racionalidade e da modernização administrativa.
O segundo eixo de proposições é a instituição da Secretaria da
Transparência, “sem custo para o Senado”, com o objetivo de cuidar das
demandas da sociedade relativas à Lei de Acesso à Informação. Ele
comparou a proposta à criação da TV Senado por Sarney.
Prioridades
O terceiro eixo é o das proridades legislativas, tendentes a reforçar
o papel do Senado como Casa da Federação e a contribuir para a
modernização e aumento da competitividade do país. Renan Calheiros disse
que pretende regulamentar o papel do Senado na avaliação periódica do
sistema tributário nacional – iniciativa que considerou fundamental para
avaliar a justiça fiscal e o impacto da política tributária na redução
das desigualdades.
O candidato do PMDB defendeu ainda a criação de um banco de dados
federativos, proposta já aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE). Segundo Renan Calheiros, esse instrumento permitirá uma votação
mais qualificada de matérias como o novo rateio dos fundos de
Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM), além do novo
arranjo para a dívida dos estados.
Modernização
Renan Calheiros quer também uma nova Lei das Finanças Públicas,
porque considera a atual, de 1964, desatualizada, e um novo marco
regulatório para a área de ciência, tecnologia e inovação, para melhorar
a competitividade do país.
Ao afirmar que o Brasil “padece sob a cruz da burocracia excessiva”, o
candidato do PMDB defendeu um conjunto de iniciativas para mudar esse
quadro. O Código Comercial, exemplificou, é do tempo do Império e
precisa ser modernizado. A Lei da Arbitragem, segundo ele, também
precisa ser atualizada.
O quarto eixo anunciado por Renan Calheiros é o “compromisso
permanente” do Parlamento com a democracia e com a liberdade de
expressão. Segundo ele, o Congresso Nacional será uma barreira
permanente contra qualquer iniciativa contrária a esse compromisso.
Jorge é vice
Por 65 votos a 3, o senador Jorge Viana (PT-AC) acaba de ser
escolhido como 1º vice-presidente do Senado, enquanto o senador Romero
Jucá (PMDB-RO) foi eleito 2º vice-presidente. A votação foi atrasada em
virtude da falta de acordo em relação ao nome do 3º secretário, motivo
de disputa entre o PR e o PP.
Agora os senadores tentam definir, no terceiro escrutínio, os 1º, 2º, 3º e 4º secretários.
Agência Senado
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