O Papa Bento XVI fez seu primeiro discurso em público no Vaticano nesta quarta-feira de cinzas (13) após anunciar sua renúncia. De pé e emocionados, os fiéis de vários países aplaudiram a chegada de Bento XVI ao auditório.
O Papa disse que tomou a decisão de renunciar ao pontificado "em plena liberdade, pelo bem da Igreja". Ele disse ainda que "orou arduamente e examinou sua consciência" antes de sua decisão. Mais de 3.500 fiéis e peregrinos foram recebidos.
O Papa disse que tomou a decisão de renunciar ao pontificado "em plena liberdade, pelo bem da Igreja". Ele disse ainda que "orou arduamente e examinou sua consciência" antes de sua decisão. Mais de 3.500 fiéis e peregrinos foram recebidos.
Na primeira aparição, Papa diz que renuncia 'pelo bem da Igreja' (Foto: AFP)
Com aparência cansada, o pontífice alemão, de 85 anos, agradeceu as orações dos fiéis e reafirmou que está ciente da gravidade da decisão. Porém, ele disse também que a decisão é acertada diante da diminuição de suas forças espirituais e físicas.
O Papa ainda celebra hoje, às 12h50 (horário na Bahia), a Santa Missa de quarta-feira de cinzas. A missa abre o período da Quaresma.
O Papa ainda celebra hoje, às 12h50 (horário na Bahia), a Santa Missa de quarta-feira de cinzas. A missa abre o período da Quaresma.
1ª renúncia em 600 anos
A renúncia foi revelada pelo próprio Papa durante um consistório de canonização de dois mártires na última segunda-feira (11). O anúncio surpreendeu católicos do mundo todo.
Até que um novo Papa seja escolhido, o posto ficará vago. Segundo Vaticano, o novo Papa deverá ser escolhido até o final de março. O último pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415.
A renúncia foi revelada pelo próprio Papa durante um consistório de canonização de dois mártires na última segunda-feira (11). O anúncio surpreendeu católicos do mundo todo.
Até que um novo Papa seja escolhido, o posto ficará vago. Segundo Vaticano, o novo Papa deverá ser escolhido até o final de março. O último pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415.
Em um comunicado feio em latim, Bento XVI afirmou que vai deixar o cargo por "não ter mais forças" para exercer o cargo devido à sua idade avançada.
Bento XVI afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto."Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renunciou ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro", disse o Papa.
Bento XVI afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto."Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renunciou ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro", disse o Papa.
O pontificado de Bento XVI começou em abril de 2005, após a morte do Papa João Paulo II. Em 2010, o pontífice disse em uma entrevista para o livro 'Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e o Sinal dos Tempos' que renunciaria caso se sentisse sem condições 'físicas, psicológicas e espirituais' de liderar a Igreja.
Segundo o diretor do jornal oficial do Vaticano, o “L'Osservatore Romano”, Giovanni Maria Vian. Em editorial escrito esta segunda para a publicação, Vian afirma que a decisão foi tomada há cerca de um ano, quando Bento XVI viajou para México e Cuba.
Papa Bento XVI em audiência em 16 de janeiro (Foto: AFP)
Polêmicas
Os casos de pedofilia dentro da igreja, as polêmicas envolvendo outras religiões e as posições conservadoras sobre temas tabus como aborto e casamento entre gays marcaram os sete anos de pontificado do papa Bento XVI, 85 anos, que anunciou a renúncia nesta segunda-feira (11) pela manhã em função da idade avançada.
Para o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, esses fatores colaboraram para a decisão do pontífice de abandonar o posto mais alto da Igreja. “Não vou dizer que foi decisivo, mas acredito que isso colaborou. O cargo que ele ocupa é pesado e quanto mais problemas se enfrenta mais difícil fica sendo a missão. Tudo isso pode ter ajudado para a decisão. Esperar que um homem de 85 anos enfrente isso tudo com vigor é difícil”, disse Krieger em entrevista ao Correio, por telefone.
Os casos de pedofilia dentro da igreja, as polêmicas envolvendo outras religiões e as posições conservadoras sobre temas tabus como aborto e casamento entre gays marcaram os sete anos de pontificado do papa Bento XVI, 85 anos, que anunciou a renúncia nesta segunda-feira (11) pela manhã em função da idade avançada.
Para o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, esses fatores colaboraram para a decisão do pontífice de abandonar o posto mais alto da Igreja. “Não vou dizer que foi decisivo, mas acredito que isso colaborou. O cargo que ele ocupa é pesado e quanto mais problemas se enfrenta mais difícil fica sendo a missão. Tudo isso pode ter ajudado para a decisão. Esperar que um homem de 85 anos enfrente isso tudo com vigor é difícil”, disse Krieger em entrevista ao Correio, por telefone.
Renúncia surpreende baianos
“Fiquei surpresa. Eu estava na Igreja em oração quando soube da notícia. Fiquei sentida, mas Deus deve guardar um nome para comandar nossa igreja”, afirma a religiosa que congrega na Igreja Católica da Graça Divina.
O seminarista Rubens Dias, 29, se prepara para tornar-se padre. Para ele, o papa sai de forma digna do pontificado e ainda deixa um exemplo. “É muito difícil saber a hora de parar principalmente quando se tem uma função tão importante como era o caso dele. Tenho ele agora com um exemplo de reconhecimento da limitação do nosso corpo, mas não da nossa fé”, pontua.
“Fiquei surpresa. Eu estava na Igreja em oração quando soube da notícia. Fiquei sentida, mas Deus deve guardar um nome para comandar nossa igreja”, afirma a religiosa que congrega na Igreja Católica da Graça Divina.
O seminarista Rubens Dias, 29, se prepara para tornar-se padre. Para ele, o papa sai de forma digna do pontificado e ainda deixa um exemplo. “É muito difícil saber a hora de parar principalmente quando se tem uma função tão importante como era o caso dele. Tenho ele agora com um exemplo de reconhecimento da limitação do nosso corpo, mas não da nossa fé”, pontua.
Papa anunciou na manhã desta segunda-feira que deixará pontificado. )Foto: AFP)
O empresário Jorge Sousa, 48, que congrega na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no Imbuí, espera que o novo papa seja mais flexível. “Esse papa era muito conservador. Nossa Igreja precisa evoluir, conquistar mais fieis”.
O administrador Osmar Silva, 34 anos, não esconde a admiração pelo antecessor de Bento XVI, o falecido papa João Paulo II. “Eu gostava mais do outro papa. Espero que agora o próximo venha com energia nova para renovar a Igreja”, defende.
Baiano entre os cotados
Um dos nomes especulados para suceder o Papa é o dom Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, atual arcebispo emérito de Salvador (BA). Ele teve o pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI, em 2011, quando deu lugar ao arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger.
O outro cotado é dom Raymundo Damasceno, atual arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ainda estão na lista cotada pelo bispo Nicioli, dom Cláudio Hummes, 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo; Odilo Scherer, de 63 anos, atual cardeal arcebispo de São Paulo; e dom João Braz de Aviz, de 66 anos, que mora em Roma e é prefeito das congregações dos religiosos em Roma.
Um dos nomes especulados para suceder o Papa é o dom Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, atual arcebispo emérito de Salvador (BA). Ele teve o pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI, em 2011, quando deu lugar ao arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger.
O outro cotado é dom Raymundo Damasceno, atual arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ainda estão na lista cotada pelo bispo Nicioli, dom Cláudio Hummes, 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo; Odilo Scherer, de 63 anos, atual cardeal arcebispo de São Paulo; e dom João Braz de Aviz, de 66 anos, que mora em Roma e é prefeito das congregações dos religiosos em Roma.
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