População de BUJARI se reúniu na sexta-feira (8). para homenagem a delegado morto durante busca a suspeito


   homenagem


O Delegado amigo. Comércios de portas fechadas, casas com faixas de luto, moradores cabisbaixos, a tristeza pairava sobre o ar da pacata Bujari, distante 24,6 Km de Rio Branco, capital do Acre. A morte prematura e inesperada do delegado Marco Antonio de Toledo, de 35 anos, ainda se fazia presente no município pequeno em extensão, mas enorme de coração, alma e reconhecimento. Reunindo povo com autoridades de segurança do Estado, a aglomeração de pessoas em frente a um carro de som começou por volta do meio dia de  sexta-feira (8).
Uma multidão se apresentava no centro da cidade para fazer uma homenagem ao delegado tido como um herói na cidade. “Bujari está de luto”, assim dizia dezenas de faixas espalhadas pelas ruas de Bujari, externando a dor e a tristeza de perder um amigo da população, assim afirma a senhora Fátima Souza, de 45 anos, professora no município, uma das organizadoras do evento póstumo. “Ele será inesquecível. Onde tinha um evento por aqui ele estava presente, podia ser qualquer coisa, mas ele ia só para estar perto da gente. Ainda não caiu a ficha do que aconteceu”, lamenta.
A colaboração da comunidade local se via por toda e qualquer parte da cidade, parecia que ele estava ali, com tantos amigos, colegas de trabalho e admiradores. “Ele foi o melhor delegado que já passou por aqui, pode até chegar outro, mas igual a ele nunca mais teremos”, disse emocionado o autônomo Davi Nascimento, de 38 anos, admirador do trabalho executado pelo delegado, que segundo a população, não se cansava do trabalho e se fazia presente na vida de cada morador.
A delegacia estava vazia, a rua em que Marco Antonio de Toledo realizou sua última “atrevida” perseguição a um suspeito também não havia movimentação, mas uma área cercada de fitas, balões e música, tornavam presente a alegria de viver do delegado. Companheiros diários da rotina de Toledo, inconformados, lembravam as peripécias do cotidiano do delegado amigo. Uma de suas agentes informou que ele saiu sorrindo da delegacia, dizendo que iria cortar o cabelo e logo mais estaria de volta. Não voltou. Marco Antonio não sabia que mais adiante a fatalidade o tomaria de conta.
O Secretário geral de Polícia Civil do Acre, Emylson Farias, relatou o momento de tristeza que o Acre estava vivendo. “ É incontestável o momento triste que estamos vivendo, mas posso afirmar que o delegado Toledo fez valer seu trabalho aqui nessa cidade, e é por isso que iremos tratar ainda nesta tarde de contratar um delegado de igual nível ao que perdemos, para dar continuidade ao trabalho maravilhoso que Toledo vinha fazendo no município de Bujari”, destaca.
Coincidência ou não, seria impossível negar a troca de emoções vividas por aqueles moradores com a família do delegado, que sem hora marcada, resolveu enterrar o corpo da vítima, imprescindivelmente, no exato momento em que estava sendo realizada a lindíssima homenagem à Marco Antonio, sem ter nada combinado antes. O prefeito da cidade, Raimundo Tonheiro, fez parte do evento e também frisou o momento difícil que a cidade está passando. “Reconhecemos o trabalho feito pelo delegado Toledo em nossa cidade. Sofríamos com ataques à comércio, assaltos, e nosso delegado tratou de pacificar Bujari, impondo respeito e admiração por onde passava”, afirma.
Segundo amigos próximos, Marco Antonio de Toledo, nascido em Santo André, em São Paulo, já se sentia um acreano de coração. Tinha muitos planos e pretendia se firmar ali, no interior do Estado, município pequenos, mas que cabia o grande coração humano do delegado. Foi na base de muita emoção, aplausos, oração e saudade que a homenagem terminou aproximadamente às 12h45min de sexta-feira, num dia nublado, meio chuvoso, como se estivesse recebendo a alma de ente querido.  
fonte     www.oriobranco.

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