Mais de 100 famílias que invadiram uma área particular, no loteamento Santa Mônica, localizado na parte alta de Rio Branco, foram despejados. Após uma denúncia do proprietário do espaço, a polícia e fiscais da prefeitura iniciaram a desapropriação, na sexta-feira (9).
De acordo com o pedreiro Antônio Souza, um dos ocupantes, grande parte dos invasores pagaram ao proprietário para ficar nas terras. "Eu estava pagando a parcela do meu terreno e foi embargado, porque diz que não tem documento aqui. Aí o proprietário deu 42 terrenos para o governo".
Maria Macidália morava de aluguel e se mudou a pouco tempo para o lugar. "Meu aluguel vence hoje, no dia nove. Eu pago R$ 450 em um lugar que quando chove é horrível".
O cabeleireiro Francisco da Silva é uma das várias pessoas que não tem para onde ir. "Estar com a minha família aqui, com meu pai, e sem ter onde morar, é difícil".
A situação da dona de casa Diana Cláudia é ainda mais grave. Desempregada, ela mora na área com mais dez filhos. "Eu tenho meus filhos, crio mais dois, tenho um bebê que ainda não tem nem um mês de nascido. Não tenho nem dinheiro para fazer a feira e dar de comer às crianças, tenho que tirar da boca dos meus filhos para pagar aluguel".
Segundo um dos fiscais da prefeitura, Henrique Tavares, parte da propriedade pertence ao autor da denúncia. Mas, alguns lotes foram doados a prefeitura. "Tem áreas verdes e mais de 42 lotes doados para prefeitura. Em troca, a prefeitura faria casas populares. Os invasores não entendem isso. Eles acham que só eles têm direito. A ordem que deram para mim e para que não deixassem ninguém construir".
Colaborou Evely Dias, da TV Acre.
