Acre pode ter a chave para desvendar esquema de propina no PSDB de SP

O escândalo que ame­aça explodir o PSDB de São Paulo, com denúncias já comprovadas de formação de cartel para as obras do metrô da capi­tal e pagamento de propina aos governos do partido tem também uma forte ligação com o Acre e outro escân­dalo: o da compra de votos para a reeleição do presiden­te FHC.
O elo desses dois episó­dios é o personagem José Luiz Portella, que foi secre­tário Executivo do Ministério dos Transportes no governo FHC e depois secretário de Transportes Metropolitanos do governo paulista de José Serra. Portella seria o contato do ex-deputado acriano Ro­nivon Santiago na tratativa da venda do apoio à reeleição de Fernando Henrique Cardoso por R$ 200 mil e também o responsável, anos mais tarde, pela tratativa de José Serra com o grupo alemão Siemens para a divisão das obras do metrô, conforme a empresa relatara em documentos en­tregues à Polícia Federal.
O surgimento do nome de Portella ligando dois epi­sódios tão díspares seria a evidência de que existia um esquema permanente de desvio de recursos e de propinas com intuitos políti­cos dentro do PMDB de São Paulo, segundo reportagem publicada ontem no site Bra­sil 24/7. E a comprovação desses fatos envolve ainda outro personagem acriano: o famoso Senhor X, respon­sável pelas gravações com o então deputado Ronivon Santiago que detonaram o esquema da compra de vo­tos no governo FHC. Fora as gravações de Narciso, agora recuperadas pela imprensa que ligam José Luiz Portella aos dois episódios.
A suspeita de parte da im­prensa é que o esquema de desvio de recursos da área de transportes pode ter co­meçado nos governos Mário Covas, em São Paulo e Fer­nando Henrique Cardoso, em Brasília, em meados da década de 90 e prosseguido até meados da década passa­da, no governo José Serra. Se o fato se comprovar verídico, o Acre será peça fundamental para desvendar o esquema.
Segundo o site Brasil 24/7,o esquema comprovaria o que a revista Isto É chama de “propinoduto do PSDB” em São Paulo.
Petista desafia Bittar a falar de dinheiro do PSDB paulista para o AC
 A revelação de que as campanhas de Bocalom e Márcio Bittar receberam re­cursos da seção paulista do partido, por especial determinação do governador Geraldo Alckmin, já começaram a repe­cutir no Acre.
Ontem, o secretário Francisco Nepo­muceno (Carioca) telefonou à redação cobrando um posicionamento público e urgente do deputado tucano Márcio Bit­tar.
“O Márcio foi à TV para atacar o go­vernador Tião Viana no caso da Operação G7, dizendo que se ele não sabia do pro­blema, seria incompetente, se sabia, era omisso. E o que o deputado, que recebeu dinheiro do PSDB paulista, que está sob investigação? É conivente, incompetente ou omisso?”, pergunta Carioca.
Até o momento, o PSDB acreano ain­da não se manifestou. O escândalo pro­mete ficar pior e a ligação com o Acre ainda mais explícita com o lançamento do anunciado livro do jornalista Palmério Dória a respeito da compra de votos para a reeleição de FHC.
Palmério Dória é o mesmo autor de Honoráveis Bandidos, sobre a família Sar­ney. Neste livro ficará explícita a atuação de José Luiz Portella, que liga a compra de votos com o escândalo dos trens de São Paulo, como secretário geral do Ministé­rio dos Transportes no governo FHC e depois como secretário de Transportes do governo José Serra.
Ligação com novo escândalo do PSDB é comprovada
Segundo o site Brasil 24/7, José Luiz Portella apareceria no novo escândalo da forma­ção de cartel de empresas do metrô paulistano, que pode ter rendido 47 milhões de dó­lares de propina a políticos e autoridades paulistas. A ligação se daria por meio do então go­vernador José Serra:
A seguir, transcrição de re­portagem do site, citando maté­ria do Jornal Folha de S. Paulo:
“Corte para oito de agosto de 2013. O escândalo da vez diz respeito às propinas do metrô de São Paulo. Assim começa a reportagem da Folha de S. Pau­lo, assinada por Flavio Ferreira, Catia Seabra e Julianna Sofia:
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) sugeriu à multinacional alemã Siemens um acordo em 2008 para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação da CPTM, de acordo com um e-mail envia­do por um executivo da Siemens a seus superiores na época.
A mensagem relata uma conversa que um diretor da Siemens, Nelson Branco Mar­chetti, diz ter mantido com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.
Ou seja: quinze anos depois da suspeita de compra de votos da reeleição, operada por José Luiz Portella, o Portelinha, o Brasil descobre que o mesmo personagem está no centro do escândalo Siemens. Da articu­lação de emendas para parla­mentares, ele passou a operar a compra de trens e vagões, em encontros em Amsterdã”
Prossegue ainda a reporta­gem sobre as ligações do es­quema de propina:
“A existência desse elo de ligação torna remota a possi­bilidade de que a corrupção nos trilhos do metrô paulista seja fruto da ação isolada de funcionários corruptos. Ao contrário, os indícios apontam para um jogo da cúpula parti­dária, operado por uma pes­soa da mais estrita confiança de homens como FHC e José Serra. Assim, ganha força a tese levantada pela revista Is­toé sobre a existência de um “propinoduto tucano”, ou seja, de uma máquina de arrecada­ção destinada à conquista e à perpetuação do poder.”  
fonte www.jornalatribuna.com.

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