Até o fechamento desta edição, 14 vítimas continuavam sendo atendidas em hospitais, sendo 11 no Instituto Doutor José Frota (IJF), na Capital, e outros três em unidades de Canindé. O restante teve ferimentos leves e foi liberado ao longo do dia.
O veículo saiu de Boa Viagem às 7 horas e tinha previsão de chegada em Fortaleza às 11h10min, com paradas em outras sete cidades. Pouco mais de uma hora e meia depois da partida, o percurso foi cruelmente interrompido para os 43 passageiros, o motorista e o cobrador.
Segundo relato do motorista, que teve ferimentos leves e prestou depoimento na Delegacia de Canindé, o acidente aconteceu após a tentativa de desviar de uma motocicleta, que entrou na bifurcação existente na rodovia. O motorista perdeu o controle do veículo, que tombou e foi arrastado na via, parando num declive do acostamento.
Testemunhas e passageiros que tiveram ferimentos leves lembraram que a maioria das pessoas que viajavam não usavam cinto de segurança e, por isso, foram arremessadas pelas janelas do veículos, quebradas com a queda.
MilagreMaria das Dores Conceição saiu do Hospital de Canindé com a filha Ariela Conceição, que teve somente um pequeno ferimento no braço. Diante de tantas mortes e vítimas graves, o alívio de ter conseguido salvar a filha era o que fortalecia Maria. Ela lembra que, com o ônibus tombando, tentou segurar a criança o mais forte possível e, mesmo assim, quando o veículo já estava parado, ela escapou de seus braços. “Fui buscá-la, o motorista quebrou a janela e a gente saiu”, explicou Maria, que mora em Fortaleza e tinha ido visitar a família em Boa Viagem.
No início da tarde, na sede da Pefoce em Canindé, familiares buscavam informações que aplacassem a procura por uma resposta após a tragédia. Em alguns casos, as cores da roupa que as pessoas vestiam ao saírem de casa ajudavam na identificação.
Muitas pessoas tinham dificuldades para o processo de liberação dos corpos pela falta de documentos das vítimas, que foram perdidos ou ainda estavam sendo coletados das bagagens. Oito corpos foram levados para a sede da Pefoce em Fortaleza, pois não foi possível fazer a identificação em Canindé.
De acordo com Mário Jatahy, diretor-administrativo da Viação Princesa dos Inhamuns, está sendo providenciada a assistência às famílias das vítimas. “A medida que elas forem sendo identificadas, faremos o possível, o que estiver o nosso alcance”, diz.
Antes desse, o maior acidente aconteceu em fevereiro de 2004, quando 40 pessoas morreram após o ônibus em que viajavam cair em um açude entre as cidades de Icó e Barro. O veículo fazia a rota Fortaleza-Salvador no primeiro dia de Carnaval de 2004.
Fonte:www.plantaopolicialcn.net