Segundo uma das filhas do suspeito, Mayara Peres, de 22 anos, o pai agiu em legítima defesa, pois a vítima tinha agredido fisicamente sua irmã. Mayara explica que o pai esperou passar o tempo do flagrante, que é de 48 horas, e veio se entregar à polícia para contar sua versão da história.
“Ele fez isso para defender a família. O cara [vítima] tinha ido no sábado lá na minha casa e fez uma confusão, tudo porque ele queria levar minha irmã embora. O relacionamento deles durou dois meses. Passaram um mês namorando escondido, tudo desmoronou quando eles se assumiram. Vamos trazer os boletins de ocorrência que foram feitos depois que ele bateu na minha irmã. Tem como comprovar que minha irmã foi agredida. Em nenhum momento meu pai pensou em fugir. Ele cometeu um crime e está disposto a pagar”, justificou.
Mayara contou ainda que o irmão de 20 anos, que também é suspeito de participar do crime, está disposto a se apresentar na delegacia. Ela explica que a outra irmã de 17 anos, também suspeita de participar no crime, deverá se entregar a polícia. “Meu pai poderia fugir da Justiça, mas não vai fugir da Justiça de Deus. Meu irmão está aguardando o advogado ver a situação do meu pai para depois vim se entregar”, disse.
De acordo com a delegada Wânia Lília, o suspeito alegou legítima defesa no depoimento. Foi dito que ele e o filho agiram em legítima defesa. Ela explica que o suspeito vai esperar em liberdade a conclusão do inquérito.
“Ele resolveu comparecer com seu advogado e nós continuaremos com as investigações, para chegar em um resultado final. Segundo ele, era um problema de família, ele não concordava com o relacionamento da filha, que se relacionava com a vítima. Nós iremos continuar com o inquérito para dar uma solução para as famílias”, disse a delegada.
‘Meu filho foi morto inocentemente’, diz padrasto da vítima
Ainda muito abalado com a morte do enteado, o aposentado Sifrônio Bezerra, de 55 anos, contou que está sofrendo ameaças da família dos suspeitos. Ele conta que na tarde de terça-feira (12), enquanto estava na casa de um parente no bairro Vila Acre, duas pessoas em uma motocicleta disparam três tiros contra ele. O aposentado acredita que foram os parentes dos suspeitos que tentaram matá-lo.
“Poderiam estar me velando hoje. Meu filho foi morto inocentemente, ele estava trabalhando. Em momento nenhum meu filho bateu na namorada. Eu também não queria que ele namorasse essa menina, cheguei a retirar ela de dentro da minha casa. Eu não conheço nenhum deles, só criaram rixa com meu filho”, lamentou.
Verônica Bezerra, irmã da vítima, disse que família está sendo ameaçada de morte por suspeitos (Foto: Aline Nascimento/G
Muito emocionada, a irmã de Souza, Verônica Bezerra, disse que a família quer Justiça pela morte do irmão. Ela revelou que a família precisou abandonar a casa onde vivia com medo das ameaças de morte dos suspeitos.“Estamos sendo ameaçado por eles, minha mãe não dorme mais em casa, estamos dormindo na casa de um e de outro, porque não podemos voltar para casa. Estamos jogados por aí por causa dele [suspeito] e ele está na rua, perseguindo a gente e tentando tirar nossa vida. Eu peço Justiça, por favor. Que as autoridades nos ajude e amenize nossa dor, colocando esse homem atrás das grades”, contou entre lágrimas.
Entenda o caso
O jovem José Celeste Souza, de 26 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (11) após ser esfaqueado na tarde de domingo (10) no posto de lavagem que a vítima era sócia, localizado no bairro Jorge Lavocat, em Rio Branco. De acordo com informações da família da vítima, os suspeitos seriam o pai e dois irmãos da jovem que Souza namorava, que eram contra o relacionamento dos dois. Um dos suspeitos, segundo as investigações da polícia, é menor de idade. O caso está sendo investigado pela Delegacia da 5ª Regional da capital.
fonte G1/Acre