Por ter cabelo cacheado, menina diz ter sido agredida em escola

Uma jovem de 14 anos diz que foi agredida, nesta sexta-feira (11), por uma colega que estuda em sua sala de aula, em uma escola estadual de Cruzeiro do Sul. De acordo com a mãe da menina, a dona de casa Maria Alberlene Bezerra, de 37 anos, a filha afirma sofrer bullying por ter o cabelo cacheado.
Maria diz que além de ter que lidar as agressões sofridas pela filha, ela tentou ir por duas vezes até a Delegacia Geral do município e não conseguiu fazer o BO, por não ter tinta na impressora da unidade. “Fui na sexta-feira [11] à noite e me disseram para voltar às 9h de hoje [ sábado, 12]. Cheguei aqui e fui informada que o problema continua.”, diz
A dona de casa conta que se sente desamparada, pois nenhuma providência pode ser tomada se ela não fizer o BO. “Minha filha está se sentindo insegura. É um absurdo, não ter tinta na impressora. A menina que agrediu ela ainda mostrou o braço ameaçando minha filha”, conta
A filha de Maria conta que antes de ser agredida, ela foi humilhada e foi vítima de brincadeiras ofensivas por parte da colega, até que a garota lhe agrediu.
“Desde o começo do ano ela ficou me humilhando por causa dos meus cabelos, até que ontem [sexta, 11] ela escreveu 'hastag #umaselagem' no quadro. Me levantei e apaguei, ela veio por trás e me agrediu. Fiquei muito assustada”, conta a garota.
A mãe da menina disse ainda que a aluna que agrediu a filha foi suspensa da escola por dois dias, mas que mesmo assim a filha está com medo do que possa acontecer depois. 
G1 tentou entrar em contato com o secretário de Educação do município, para saber quais ações são tomadas em casos de agressões em escolas, mas não conseguiu contato até a publicação desta matéria.
Já a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou, por meio da assessoria, que a falta de tinta não impede que a realização dos boletins de ocorrência seja feita. "A impressão do BO é somente para a comprovação, e não deve interferir nas elaborações dos mesmos".
A Sesp disse ainda que "há uma determinação geral da Polícia Civil no sentido de que toda e qualquer pessoa que busque o atendimento na capital ou no interior faça o registro independente da falta de sistema, papel ou tinta para que a população não sofra nenhum tipo de prejuízo”.
fonte g1