Após a invasão na Unidade Prisional 4 (UP4), quando 25 criminosos armaram uma emboscada para tentar matar os presos do semiaberto, e a rebelião em três pavilhões do regime fechado, a medida é uma forma de conter o tumulto dentro do presídio.
"A gente está fazendo a mudança deles. A facção Bonde dos 13 não aceita mais o Comando Vermelho no fechado. Já pedi umas vagas para o Quinari [Senador Guiomard], entretanto, não obtive resposta do juiz. Estou aguardando a resposta pra gente ver realmente qual providência tomar. O sistema está inchando, lotado, então precisamos fazer remanejamento e várias adequações", explica.
Atualmente, o maior presídio do Acre acomoda 3 mil presos ao todo. "A gente precisa separar o Comando Vermelho de Bonde dos 13. A maioria é do Bonde dos 13, o Comando Vermelho está em minoria", diz.
A magistrada explica que a ideia é remanejar presos mais comportados para o interior do Acre e abrir espaço para que seja feita a separação dos integrantes de facções dentro do FOC.
Briga de facções no Acre
Desde 16 de outubro, o Acre registra uma onda de execuções que, segundo o secretário da Segurança, Emylson Farias, tem ligação com a briga entre duas facções rivais. O estopim dessa guerra aconteceu na noite da última terça (18), quando ao menos 25 criminosos de um grupo organizado armaram uma emboscada. Quatro pessoas foram feridas e apenas um criminoso preso.
O ataque aconteceu na Unidade Prisional 4 (UP4), quando os presos voltavam para dormir na unidade. No dia seguinte, o governo acionou 500 homens do Exército, destes 200 ficaram em Rio Branco e o restante em cidades da fronteira.
O presídio Francisco d'Oliveira Conde (FOC) também registrou um início de motim na quarta (19). O motim iniciou no pavilhão I, dentro do "Chapão", onde ficam os sentenciados. A assessoria do Iapen confirmou que um grupo de presos começou a bater nas grades e a gritar, mas a situação foi contida a tempo. A visita íntima foi suspensa devido ao ataque registrado na noite anterior.
Na quinta (20), uma briga durante o banho de sol no FOC deixou um ferido em Rio Branco. A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) informou que os presos usaram estoques durante a confusão no pátio da unidade.
No mesmo dia, durante a entrega de marmitas no presídio, os presos se rebelaram e tomaram conta de três pavilhões da FOC. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na unidade e, inicialmente, conseguiram retomar os pavilhões L e K. O Pavilhão J foi o último a ser controlado. Após a rebelião, em coletiva, o governo afirmou que dois carcereiros foram presos sob suspeita de fornecer armas para presos atuarem no complexo.
No total, quatro presos morreram. Um chegou a ser socorrido no Hospital de Urgência e Emergência, mas não resistiu. Além disso, 19 ficaram feridos.
Na madrugada deste domingo (23), mais uma morte foi registrada na FOC. Desta vez, a vítima foi o preso Jean Carlos Nascimento da Costa, morto na cela 11 do Pavilhão A com golpes de estoque, um tipo de arma artesanal que, segundo o Iapen, foi feita com ferro por outro reeducando.
Ao G1, o diretor do presídio James Rodrigues informou que outro detento confessou o crime e foi encaminhado para a Delegacia de Flagrantes (Defla). O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
fonte g1.globo.com
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