Bloqueadores da Penal não bloqueiam operadoras TIM e OI; ordem para matança em Rio Branco continua saindo de dentro do presídio

Em meio à crescente guerra entre facções criminosas que atuam em Rio Branco e que resultou em 12 mortos nos últimos 6 dias, agentes penitenciários lotados na Unidade Prisional Francisco de Oliveira Conde, na capital, denunciaram à reportagem da Folha do Acre que telefones celulares continuam sendo usados dentro do maior presídio do Acre mesmo após a instalação do bloqueador de celular.
De acordo com o agente penitenciário que chamaremos de M.S, há sinal parcial para uso de celulares, sendo que os presos tem usados chips das operadoras TIM e Oi para realizar chamadas para fora dos muros.
“Bloqueou parcialmente algumas operadoras, mas as outras tipo TIM e Oi estão normais, internet, tudo e continuam articulando para agirem fora do presídio. Acho que esse sistema da Secretária de Segurança já chegou por aqui ultrapassado”, diz.
Outro agente, que também terá o nome preservado por questões de segurança do profissional, revelou que as facções criminosas continuam mantendo a mesma comunicação com os demais membros que estão soltos.
“Eles adequam as coisas, arranjam chip que funcionam, aproveitam que essa tecnologia é defasada e continuam os negócios deles. Eles não param, infelizmente. Tenho certeza que a direção do presídio também sabe de cada movimentação que eles fazem aqui dentro no que se trata de articular crimes, mas mantém com eles uma espécie de acordo de paz para que a minima ordem seja mantida dentro e fora dos presídios”, garante.
A reportagem da Folha do Acre esteve no centro de Rio Branco onde chips TIM e OI são comercializados por vendedores ambulantes e constatou, através da vendedora Carina Souza Marques, que a venda de chips da operadora TIM aumento consideravelmente.
“Aumentaram muito as vendas, não sei dizer em quanto, mas está vendendo que nem água no sol quente. Não sei porque aumentou as vendas, mas estou feliz”, diz.
Direção pode ter feito acordo, denuncia agente
De acordo com o agente M.S, há indícios de que a direção do presídio possa ter feito um acordo com os líderes de facções e assim evitado uma rebelião que se anunciou no último sábado (20). Ele afirma que logo após a instalação dos bloqueadores, no dia 18 houve um motim no chapão (local onde ficam os presos sentenciados) e tinha uma rebelião sendo preparada para o sábado.
“Abafaram a rebelião após conseguirem ligações de TIM e Oi, creio que os diretores fazem que não veem essa falha no sistema para garantir a mínima tranquilidade”, diz.
A respeito do motim acontecido dia 18, vale ressaltar que os policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foram chamados ao presídio para controlar os detentos.
Dois dias após o motim, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, afirmou durante entrevista coletiva que o serviço de inteligência da segurança tem um plano operacional para evitar reações criminosas.
A tecnologia não é obsoleta, não há acordos e os agentes devem reforçar o serviço para que não entrem chips, diz diretor do Ipean
O diretor do Instituto Penitenciário do Acre (Iapen), Martim Hessel, nega que haja qualquer tipo de acordo entre a direção do presídio e reedeucandos com a finalidade de garantir a ordem. Ele negou também a possibilidade da tecnologia adquirida pelo governo para bloquear os sinais de celulares no dentro da FOC ser obsoleta.
A respeito da suposta entrada de chips dentro do presídio, Hessel afirmou que o Iapen tem garantido que haja tecnologias para que as visitas sejam revistadas.
“Adquirimos meios para que nada, absolutamente nada, passe com as visitas, mas sabemos que os agentes devem também reforçar as revistas”, diz.
Ainda sobre a tecnologia adquirida pelo governo para bloquear sinal de celular dentro do presídio, Hessel afirmou que foi pactuado em contrato, com a empresa vencedora da licitação, que a tecnologia usada será de ponta e que buscarão sempre se adequar às inovações das operadoras.
“Justamente para que quando as operadoras adquirirem novas tecnologias a empresa que garante nosso serviço se adeque e mantenha o bloqueio dentro da unidade. Não há e nem haverá nada de absoleto nesse sistema”, diz.
Sobre as ordens de matança saírem de dentro do presídio, Martim Hessel afirmou que o Iapen tem feito o possível para impedir o contato dos presos com integrantea de facção que estão nas ruas.
“Nós fazemos o que a lei permite, mas continuam havendo visitas e não podemos acusá-las, então o que podemos dizer é que o crime encontra suas maneiras de atuar e nós nos encarregamos de achar uma forma de combater. É uma eterna luta de gatos e ratos”, diz.
fonte  folhadoacre.com

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