A declaração foi dada durante entrevista, nesta quinta-feira (25), ao Programa Audiência Pública da Rádio CBN Amazônia Rio Branco. Cameli falou ainda sobre as principais propostas para as áreas da Saúde, Educação e Segurança Pública.
“O ministro Jungmann perguntou quantos presídios precisava no Acre. Disse que quero resolver os que têm aqui. Não adianta construir cinco presídios se não resolver os problemas dos que estão aí. É valorizar os servidores, colocar tecnologia nos presídios, dar condições melhores de trabalho e construir novos para que possamos diminuir a quantidade de presos. Mas, vamos diminuir colocando as polícias nas ruas”, garantiu.
Outra proposta do governador é fazer parceria e mutirões com a Justiça para julgar processos acumulados e parados há meses e até anos. Ele disse também que é contra o Estado pagar caro para manter um preso, e apresentou uma possível solução para o problema.
“Se está preso é porque cometeu um crime, então, tem que pagar para estar lá. Não é o estado que tem que pagar. Vamos tentar uma política que tudo que o Estado vá construir pegar esses presidiários para trabalharem para que possam ganhar o dinheiro para a família. É uma forma de fazer ele entrar na sociedade”, ressaltou.
Questionado por um ouvinte, o governador falou sobre as estatísticas para combater as facções criminosas no Acre. Nos últimos anos, o estado apresentou um crescente aumento em assassinatos que são atribuídos à guerra entre as organizações criminosas. Segundo as investigações, as facções brigam constantemente por pontos de vendas de drogas.
“A polícia vai trabalhar, vai para rua, vamos passar segurança sim. A partir do momento que o Estado fica enfraquecido temos o exemplo, não falo só do nosso estado, falo em nível de Brasil. O problema não é só do governo federal, é da população, do Ministério Público. Vamos combater sim essa questão, primeiro com o controle das fronteiras, quero ver por onde vai entrar armas, segundo é colocando a polícia nas ruas e terceiro é deixando quem quer trabalhar”, confirmou.
Saúde
O governador falou também que já começou a articular parcerias para trazer especialistas para o Acre. Segundo ele, o objetivo é oferecer atendimento especializado para a população, principalmente a do interior, para gastar menos com transporte de pacientes até a capital Rio Branco.
"A partir do momento que você contrata esses especialistas, as demandas das regionais que mais precisam diminui o TFD [Tratamento Fora do Domicílio]. Não é só trazer os especialistas e dar condições de trabalho para eles, é equipar nossos hospitais. Falei que vou fazer muita parceria com as prefeituras para diminuir os gastos. Vamos unir a estrutura que a prefeitura tem com o Estado para que possamos dar um melhor atendimento a essa situação", avaliou.
O governador eleito acredita que a vinda de mais especialistas para o estado deve reduzir em mais de 60% o atendimento do TFD. Atualmente, o Estado gasta R$ 700 mil por mês com passagens aéreas e ajuda de custo com as pessoas que precisam do TFD.
"Quero um planejamento do que vamos gastar e precisar de remédio para um ano. A partir do momento que se compra um volume maior você tem descontos. Vou fazer uma reforma administrativa, temos 65 entre secretarias e autarquias no Acre, enquanto que São Paulo tem 23. Vou deixar o mínimo porque valoriza o servidor público, valoriza a enfermeira que está trabalhando que precisa de um aumento e melhorias, chamar quem passar em concurso”, reforçou.
Educação
O novo governador do Acre afirmou que não vai abrir mão das escolas integrais no estado. Ele pretende também fazer parceria com a Universidade e o Instituto Federal do Acre (Ufac e Ifac) para ampliar os cursos e garantir o acesso da população que mora em cidades afastadas ao ensino superior.
"Não vou gastar R$ 1 a R$ 2 milhões para construir um prédio, vou investir para que os cursos profissionalizantes e a universidade chegue a quem precisa. A Ufac e o Ifac já têm uma estrutura, precisam de convênios para ampliar os cursos. Vou usar essas estruturas que o Acre já tem e vamos priorizar as escolas integrais. Melhor um jovem dentro da escola do que na rua. Automaticamente melhoro a segurança", concluiu.
fonte g1.globo.com
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