Varejistas brasileiros lançam painéis virtuais em aeroporto e shopping. Compra é feita ao posicionar o celular em frente ao código do produto.
Já o aeroporto Santos Dumont foi escolhido pelo Submarino pela boa conexão à internet (3G e Wi-Fi) e por ser um lugar onde as pessoas se sentem confortáveis para usar seus smartphones. Nas salas de embarque, a varejista colocou painéis com produtos que variam de acordo com a estratégia de cada marca, mas sempre com foco em lançamentos. Há painéis que vendem eletrônicos, como câmeras digitais, filmadoras, notebooks e tablets, e outras vitrines focadas em livros, CDs e DVDs. Todos os itens possuem um QR code.
Presente há 15 anos no e-commerce, o Pão de Açúcar lançou os aplicativos de venda on-line em 2010, para Android e iPhone. Para fazer as compras na vitrine, o usuário deve baixar o programa no celular e posicionar a câmera do aparelho em frente ao código do produto escolhido. No caso do Submarino, o usuário deve ter apenas um celular com acesso à internet e um aplicativo leitor de QR code. O pagamento é feito no próprio celular por meio de um cadastro na loja virtual do Pão de Açúcar e do Submarino.
“Eu posso comprar pelo aplicativo do Pão de Açúcar em qualquer lugar do mundo. Mas a vitrine virtual tem um apelo visual muito forte”, opina o publicitário Renato Fabiano Gosling, que testou a iniciativa há três semanas. “Eu treino em uma academia perto do shopping. Vi o projeto funcionando e, por trabalhar com tecnologia, resolvi testar. Fiz uma compra de frutas e uma caixa de 12 águas de coco. Acho que esses itens são os mais vendidos no comércio eletrônico: peso e volume”, acrescenta Gosling. “Acredito que a vitrine complementa o aplicativo”.
Para Terence Reis, diretor de operações do Grupo Mobi, responsável pelo projeto do Pão de Açúcar, as simulações de prateleiras também lembram o usuário que existe uma loja on-line. “A vitrine é uma nova forma de ativação da compra pelo celular”. Segundo Reis, o QR code é um reflexo da popularização dos smartphones. Além da vitrine virtual, os códigos bidimensionais também estão presentes nas lojas físicas. Com o celular em mãos, é possível usar os QR codes em produtos para comparar preços, por exemplo.
Diferente do código de barras tradicional, que usa um número de linhas limitado, o QR code cruza as linhas com as barrinhas verticais e permite que um software especializado leia isso. “A ação padrão do QR code funciona assim: ao fazer a leitura, o código direciona o acesso para um site móvel, onde há mais informações”, explica. “A tendência é encontrar esse tipo de link em produtos que leva para mais informações sobre aquele item ou que permite sua venda. As pessoas conseguem ter acesso a mais informações pelo celular. Então, é importante que eu esteja ali provendo essa informação primeiro”, completa.
Como funciona
1 – Baixar o aplicativo no celular e se cadastrar no site da loja virtual.
2 – Acessar o aplicativo e clicar em botão que abre câmera para a leitura do QR code.
3 – Posicionar a câmera em frente ao código e aguardar alguns segundos.
4 – Aplicativo vai reconhecer o código e abrir uma página com informações do produto.
5 – Adicionar o item ao carrinho de compras e continuar a escolha dos produtos.
6 – Após finalizar a seleção, indicar o prazo de entrega e fazer o pagamento da compra.
Na primeira semana de uso da vitrine virtual, o Pão de Açúcar registrou um incremento de 70% no volume de downloads do aplicativo. A companhia também teve um aumento de 50% nos pedidos feitos pela plataforma iPhone no mês de julho em comparação com junho.
“Um dos grandes objetivos da ação era reforçar o pilar de inovação do Pão de Açúcar, e isso foi bastante disseminado. As vendas e os pedidos estavam em segundo plano. Queríamos testar o formato. Estamos trabalhando com futuro e tendências e nos preparando para esses próximos movimentos do mercado”, explica Andréa.
Segundo a executiva, a companhia agora estuda outros locais com aderência do público do Pão de Açúcar e que dão conveniência e praticidade ao consumidor. “Todas essas análises estão sendo vistas: sinal de celular disponível, grande circulação de pessoas, etc. Além de shoppings, há outras infinidades de oportunidades, como grandes empresas e aeroportos”, acrescenta.
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