O peritônio é uma membrana que reveste a parte interna da cavidade abdominal e recobre órgãos como o estômago e os intestinos. Toda essa camada é rica em vasos do sistema linfático, que funcionam como sistema de defesa do organismo.
O câncer de peritônio pode ser classificado como primário ou secundário. Chama-se primário o câncer que se forma na própria membrana e secundário quando ele inicia em algum órgão da região - sobretudo intestinos, ovário, útero, estômago, pâncreas – e se implanta no peritônio.
O câncer primário de peritônio é conhecido como mesotelioma e também pode originar-se dele um carcinoma semelhante ao câncer de ovário. Já o câncer que vem de outros órgãos e se implanta no peritônio é conhecido como carcinomatose peritoneal.
Câncer primário no peritônio
O câncer primário no peritônio é considerado raro, acometendo algo em torno de quatro ou cinco pessoas numa população de 100 mil. Seus fatores de risco ainda não são muito bem conhecidos e a doença não apresenta sintomas específicos.
Quando progride, o câncer primário no peritônio favorece o aparecimento de nódulos, podendo causar dor abdominal e acúmulo de líquido. Como em qualquer tumor, quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais positiva é a resposta ao tratamento. O tratamento é baseado na quimioterapia, que ataca e minimiza o tumor. Em alguns casos, após reavaliação médica, se opta por procedimentos cirúrgicos que visam remover lesões residuais e por quimioterapia intraperitoneal hipertérmica.
Quando o peritônio é o segundo alvo
Mais frequentes do que os diagnósticos de câncer primário no peritônio são os casos em que um tumor de estômago, intestino ou ovário, por exemplo, cresce, se espalha e se implanta no peritônio. Nessas situações, células tumorais se desgrudam do órgão acometido e conseguem migrar e se implantar no peritônio, contribuindo para a disseminação da doença. É o que os médicos chamam de carcinomatose peritoneal. Quando a doença alcança esse estágio, os recursos terapêuticos abarcam desde quimioterapia até intervenções cirúrgicas.
Sintomas do câncer de peritônio
Os sintomas da doença podem incluir dor abdominal, massa abdominal, aumento da circunferência abdominal, distensão do abdômen, ascite (fluído no abdômen), febre, perda de peso, fadiga, anemia e distúrbios digestivos.
Tratamento
A carcinomatose peritoneal é tratada, habitualmente, com quimioterapia por via venosa. Nos casos de implantes peritoneais de tumor mucinoso de apêndice ou ovário (Pseudomyxoma peritonei) e mesotelioma, a melhor forma de tratamento é a cirurgia citorredutora que consiste na retirada de tudo aquilo que é visível e na lavagem da cavidade abdominal por uma hora e trinta minutos com uma solução contendo quimioterápicos aquecida até 42ºC. Essa modalidade de tratamento também pode ser usada para carcinoma primário do peritônio, câncer no ovário e intestino grosso, na maioria das vezes, após quimioterapia venosa.
O Hospital A.C.Camargo é pioneiro na cirurgia citorredutora associada à quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. Iniciou esses procedimentos em 2001 tendo hoje, aproximadamente, 150 casos tratados com resultados iguais aos dos melhores centros de tratamento do mundo.
0 Comentários
Caros Leitores do Giro Feijó a seção de comentários e para quem quiser falar sobre as noticias aqui postadas ou quem tiver alguma reclamação , matéria e informação que queira nos passar, fica aqui este espaço aberto a toda a população.
Observação: nos do Giro feijo não nos responsabilizamos por comentarios de natureza ofensiva contra cidadãos ou politicos