Eu sou acreano ou acriano
como você bem quiser. Nasci e me criei neste rincão da Amazônia com
muito orgulho. Sou um jovem jornalista em início de carreira. Vivo
dignamente do meu soldo de “pobre operário”. Não preciso –nem quero –
vender
a minha alma ao diabo para estar nos manjares do rei. Como jornalista
independente, algo muito sufocante no Acre, tento exercer a nobre função
de ser os olhos e os ouvidos da sociedade.
Nos últimos meses, porém, tenho me preocupado muito com a situação
política do Estado e tenho dentro de mim uma sensação de medo, de
pânico. Todos nós temos visto coisas abomináveis cometidas pelos homens
públicos que conduzem o destino deste povo.
O grupo político que está no poder usa dos métodos mais escusos,
sujos e antidemocráticos para se manter na sua zona de conforto. Sabemos
que essa gana de permanência no poder não é por conta de um projeto
para o
benefício
do cidadão, mas de satisfação pessoal e daqueles que o cercam –a elite
petista que se formou na última década às custas da miséria dos
acreanos.
Temos visto no Acre as mais evidentes afrontas a qualquer princípio
moral e ético na administração do bem público. O bem público tem estado a
serviço não da sociedade, mas de um partido político. Temos visto
violações claras às leis brasileiras, um desrespeito com a vontade
popular (vide referendo do fuso horário), a censura à livre circulação
de informação e ideias contrárias ao grupo dominante.
Temos vivido uma ditadura da esquerda. Tenho medo de viver no Acre
porque se alguém é de oposição pode ser fatalmente eliminado pelo uso do
aparelho policial, que hoje está doutrinado (através dos gordos
salários) pelo petismo.
Parece que voltamos aos tempos das polícias políticas das ditaduras
de esquerda, como na falecida União Soviética e na decadente Cuba. O
Ministério Público e o Judiciário estão omissos diante de tantos abusos
cometidos em nosso Acre.
Nesse Estado só há um poder: o Executivo. Parlamento? Só de enfeite e para gastar o
dinheiro
público longe dos olhos do contribuinte. Quem domina as chaves dos
cofres define o ritmo da dança dos demais. A imprensa há uma década está
acéfala, perdeu sua identidade de denunciar, de fiscalizar, de
questionar. Alguma outra voz ali e aqui ainda “clama no deserto”.
O Acre e sua fragilíssima democracia estão em ameaça constante. Não
temos segurança jurídica. A qualquer momento você pode ser vítima dos
jogos sujo de um Estado aparelhado a serviço do PT. Os empresários são
perseguidos e obrigados a contribuir com o caixa do partido em época
eleitoral.
Não temos segurança quando falamos ao telefone, não sabemos se nossos
e-mails são violados. Os inimigos do Estado estão sob ameaça constante.
Extremistas petistas fincados em seus salários realizam campanhas de
destruição da honra pela internet sem respeitar princípios mais básicos
de civilização.
As oposições vão para as campanhas eleitorais numa luta desigual. O
abuso do poder político é evidente. Funcionários do Estado são obrigados
a carregar a bandeira do PT sob ameaça de perder gratificações e bônus
salariais.
O candidato do PT usa os programas de governo na propaganda eleitoral
e logo em seguida as emissoras exibem os comerciais pagos com dinheiro
público destes mesmos programas. E a Justiça? Quem dera a Justiça
agisse.
Em resumo, nossas instituições estão em frangalhos
A minha esperança está na sabedoria e inteligência do povo acreano,
um povo politizado, que já percebeu a decadência moral e ética em que o
atual grupo dominante está. Fico feliz ao ver que a oposição ganhou a
maioria das prefeituras no interior; fruto da inteligência do eleitor,
que não se deixou enganar por ameaças de perda de auxílios do governo
federal como o Bolsa Família.
Torço para que o eleitor rio-branquense também possa agir de forma
sábia diante da urna. Que veja a falência do discurso do partido único
(ditadura) pois os problemas continuaram e até se ampliaram. Que o
eleitor vote pela democracia, vote por uma capital e Estado fortes, que
vote pela alternância de poder.
Só assim estaremos livres destas mazelas em que estamos mergulhados,
colocando um freio naqueles que estão no poder e acreditam que o Estado é
deles. A humanidade passou por um longo período de evolução até
conceber o atual modelo de República. Que não seja agora em pleno século
21 que um partido político jogue na lata do lixo toda uma concepção de
homens e mulheres livres, de um Estado a serviço da sociedade.
fonte ac 24 horas
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