Tarauacá
A grande maioria dos
prefeitos do Estado do Acre não deve fechar as contas antes de passar o
comando para os eleitos neste ano. Os motivos: as quedas de repasses do
Fundo de Participação dos Municípios, o piso nacional dos professores, o
aumento do salário mínimo e a política de desoneração do governo
federal, que se baseia em tributos compartilhados com estados e
prefeituras. A crise anunciada pela Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) é confirmada pela Associação dos Munícipios do Acre (AMAC) que
alerta ainda, para o não pagamento do décimo terceiros dos servidores
públicos.
Brasiléia
A diretora executiva da
Amac, Telma Chaves, disse que somente em outubro deste ano, em
comparação com o mesmo período no ano passado, a queda do FPM, foi de
2.8%. O sintoma já vem sendo sentido por prestadores de serviços em
municípios vizinhos da capital. Eles ameaçam colocar a boca no trombone.
Alguns fornecedores viram a cor dos recursos próprios em janeiro deste
ano.
Feijó
Telma explica que a
maioria das cidades pequenas do Acre depende diretamente dos repasses do
FPM. Outras fontes são oriundas da arrecadação de dois grandes
tributos: o IPI [Imposto sobre produtos industrializados] e o Imposto de
Renda. Com a política de redução do IPI feita pelo governo federal,
menos dinheiro entrou nos cofres das prefeituras. A queda na atividade
econômica também ajudou a crise. O estoque de restos a pagar é outra dor
de cabeça para os prefeitos que vão deixar a cadeira executiva neste
final de ano.
Sena Madureira
A AMAC não apresenta
números, mas o principal rombo que será herdado pelos próximos gestores
será dos encargos sociais. A estimativa da confederação é que as
prefeituras de todo o Brasil terminem o ano com um rombo total de 25
bilhões de reais, 7% de toda a receita corrente líquida, resultado da
queda de recursos da ordem de 9 bilhões de reais e do bloqueio, pelo
governo federal, de 16 bilhões de reais que deveriam ser destinados para
obras já iniciadas
Os prefeitos irão ao
Senado mais duas vezes neste ano, em 13 de novembro e em 11 de dezembro,
para debater a crise financeira dos municípios. E o Senado deve
analisar em breve projeto que prevê que as dívidas das prefeituras, em
vez de serem transferidas para a União, sejam aplicadas em parceria com o
governo federal em despesas das cidades, como saúde, educação e
segurança pública.
Procurado, o presidente
da AMAC, prefeito Raimundo Angelim, segundo sua assessoria viajou para
Brasília. Em comunicado enviado à Câmara Municipal, o gabinete informou
que o prefeito foi em busca de recursos para a construção do Pacto da
Mobilidade.
Secretários de finanças
dos municípios de Cruzeiro do Sul, Senador Guiomard, Brasileia e Plácido
de Castro, não foram encontrados pela reportagem na manhã desta
segunda-feira (5). Jairo Carioca – da redação de ac24horas
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