Imagine
uma reserva de petróleo com 200 vezes a quantidade de água existente
nos oceanos da Terra. Essa reserva existe e está numa nebulosa da
constelação de Órion, a cerca de 1400 anos-luz do nosso planeta. A
descoberta foi feita por astrônomos do Instituto Max Planck (Alemanha).
Usando o radiotelescópio de 30 metros do
Instituto de Radioastronomia Milimétrica, na Espanha, a equipe fez um
estudo químico completo da Nebulosa Cabeça do Cavalo. Um dos objetos
mais fotografados do espaço por ser visível nos céus noturnos, a
nebulosa agora também é reconhecida como uma grande “refinaria de
petróleo cósmica”.
Tudo isso porque os cientistas
identificaram, pela primeira vez, moléculas interestelares de C3H+, que
integra a família dos hidrocarbonetos, no centro da nebulosa. Essas
moléculas são fundamentais na composição do petróleo e do gás natural.
Qual é a explicação para o fenômeno? A
proximidade da nebulosa com uma estrela maciça, que brilha intensamente
na região. Segundo a pesquisa, o “petróleo espacial” surge da
fragmentação de moléculas gigantes, os chamados PAHs (hidrocarbonos
policíclicos aromáticos).
Com a radiação emitida pela estrela
maciça, os PAHs sofrem erosão e se desintegram, criando uma enorme
quantidade de pequenos hidrocarbonetos. O problema vai ser como trazer
todo esse combustível para a Terra, né?
Por Charles Nisz
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