Na
tarde desta sexta-feira (7), o Ministério Público do Estado do Acre
(MP/AC), por intermédio da Coordenadoria Criminal, realizou uma reunião
para discutir as dificuldades que promotores de Justiça e delegados
enfrentam para ter acesso a prontuários médicos, principalmente de
vítimas de crimes violentos. Sem as informações, muitos inquéritos
policiais e procedimentos do MP/AC ficam prejudicados.
Participaram do encontro, o procurador
de Justiça Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto; o promotor Glaucio Ney
Shiroma Oshiro (Promotoria da Saúde); a procuradora do Estado Janete
Melo D’Albuquerque Lima; a diretora jurídica da Secretaria de Estado de
Saúde (Sesacre), Leila Araújo; e os delegados da Polícia Civil, Denise
Pinho, Rodrigo Comarú e Rafael Pimentel.
“A maioria dos pedidos que fazemos é
negada e, com isso, o inquérito fica parado. Numa investigação tudo
depende do conjunto probatório. Por isso, essas informações são muito
importantes”, revela Denise Pinho.
O prontuário médico é o conjunto de
documentos e registros de tudo que foi feito com determinado paciente. O
documento pertence ao paciente e é protegido pela ética médica. Em nome
do sigilo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) passou a proibir a
disponibilização do prontuário. Para o procurador Oswaldo D’Albuquerque,
essa medida poderia ser revista. “Nós estamos dialogando para chegar a
um denominador comum, que é o bem da comunidade. Quando um inquérito é
instaurado, a vítima é a maior interessada em resolver o problema. Se os
dados forem enviados diretamente para o Ministério Público ou para a
polícia, os inquéritos ganharão mais agilidade”, acrescenta.
Anteriormente, a procuradora Janete Melo
se manifestou sobre o assunto. “No meu entendimento, ceder o prontuário
médico não é obrigatório. Mas se existe um inquérito policial parado,
por que não fornecer as informações?”, questiona.
A Diretora Jurídica da Sesacre disse que
desconhecia o problema e garantiu que as informações podem ser
fornecidas. Porém, lembrou que existem orientações dos Conselhos Federal
e Regional de Medicina contrárias ao acesso do prontuário médico, a não
ser por médicos ou pelo próprio paciente. “A nossa proposta é que os
pedidos não sejam encaminhados para as unidades de saúde, mas para a
secretaria, acompanhados de justificativa, e que o caso em questão
também seja informado”, enfatizou.
Por sugestão do promotor Glaucio Ney
Shiroma, no próximo mês, será assinado um termo de cooperação para
garantir o acesso ao prontuário em determinadas situações, como por
exemplo, quando o paciente for a vítima. “Com isso, iremos evitar novos
desentendimentos sobre a questão”, justifica a promotor.
Agência de Notícias - MP/AC
0 Comentários
Caros Leitores do Giro Feijó a seção de comentários e para quem quiser falar sobre as noticias aqui postadas ou quem tiver alguma reclamação , matéria e informação que queira nos passar, fica aqui este espaço aberto a toda a população.
Observação: nos do Giro feijo não nos responsabilizamos por comentarios de natureza ofensiva contra cidadãos ou politicos