Comoção e honras de chefe de Estado marcam o enterro de Orleir Cameli

Salva de tiros, bandeiras sobre o caixão e comoção generalizada por parte de populares. Assim foi o enterro do ex-governador do Acre, Orlei Cameli, sepultado as 17:00 de quinta-feira no cemitério Jardim da Paz, na cidade de Cruzeiro do Sul.  

Centenas de pessoas seguiram o cortejo fúnebre, e aqueles que não podiam acompanhar, se amontoavam nas calçadas e morros para prestar homenagens a Orleir Cameli. Bandeiras negras em sinal de luto e lágrimas dos que assistiam a passagem do cortejo denotava que Cruzeiro do Sul viveu um dos dias mais difíceis da sua história.

“Cruzeiro do Sul não será mais a mesma”, desabafou Nazaré Silva, 58 anos, que saiu da periferia da cidade para acompanhar os 08 km que separa o localização da catedral Nossa Senhora da Glória ao cemitério onde foi sepultado o ex-governador.

Autoridades, familiares e amigos disputaram cada espaço vago para se despedirem de Orleir/Foto: Ray Melo

O velório e sepultamento de Orleir foi marcado pela mistura de todas as classes sociais em um mesmo lugar. Autoridades constituídas, catraieiros e vendedores ambulantes disputavam cada espaço vago para ver de perto as últimas homenagens àquele que era considerado como a maior liderança do Juruá. O cemitério foi pequeno para comportar todas as pessoas que foram acompanhar o enterro.  “Vim de bicicleta, mas vim. Eu não poderia faltar o enterro do seu Orleir. Devo muito a ele”, disse um rapaz em tom tímido que não quis revelar o próprio nome.

Beth Cameli, a viúva que impressionou a todos por manter a calma e consolar aqueles que se sentiram desamparados com a morte de Orleir, explica porque houve tanta comoção na morte do ex-governador. “Ele nunca fez diferença de pessoas. Tratava a todos iguais por isso era tão amado”, diz.

Dona Maria do Patrocínio, mãe de Orleir, se despede do filho/Foto: Ray Melo

Orleir Cameli foi enterrado com todas as honrarias de chefe de estado/Foto: Juruá Online

A união da família Cameli

Tão impressionante quanto a comoção generalizada dos populares, foi o retrato de união passado pela família Cameli. Da matriarca, Maria do Patrocinio, ao neto mais novo, todos estavam se externando em sinais de apoio mútuo.

Chiquinho e Eládio Cameli receberam no funeral e no enterro, os cumprimentos de todos aqueles que passaram para prestar condolências. Bastante abalado, Eládio buscava forças nos familiares e estava sempre próximo ao filho, Gladson Cameli ou aos demais membros da famila. Os filhos Jim, Orleilson, Baie e Linker foram figuras constantes em todos os momentos, acompanhando o carinho que o pai recebeu já depois de morto.

A matriarca da família, Maria do Patrocinio, 86 anos, que acompanhou os últimos minutos do filho Orleir, externava bastante tristeza, porém também exibia um impressionante auto controle. Ela fez questão de levantar-se de onde estava sentada, próximo ao caixão, e despedir-se do filho no  momento em que o corpo seguiria para o sepultamento.

Comoção da família e populares marcou o enterro do ex-governador do Acre/Foto: Ray Melo

Politicos da situação e da oposição prestavam homenagens a Orleir Cameli

Pelo funeral de Orleir Cameli passaram políticos da situação e da oposição, de diferentes posicionamentos partidários, porem unânimes em reconhecer que o ex-governador ofereceu uma contribuição considerada fundamental para o desenvolvimento do Acre.

Perante o caixão de Orleir Cameli se juntaram desafetos políticos, como Wagner Sales (PMDB), prefeito de Cruzeiro do Sul e o governador do Estado, Tião Viana, arquirrivais políticos que se uniram, momentaneamente de mãos dadas, em uma prece pelo ex-governador.

Além do governador do Estado, Tiao Viana,  estiveram no funeral os deputados estaduais Elson Santiago (PEN), presidente da Aleac,  Wherles Rocha (PSDB), Maria Antonia (PP), Antônia Sales (PMDB), Eber Machado (PSDC),  Toinha Vieira (PSDB), Geraldo Pereira (PP), Eduardo Farias (PCdoB), Jonas Lima (PT) e Chigo Viga (PSD) e o deputado federal Flaviano Melo (PMDB). Compareceram também o secretário de Estado, Edvaldo Magalhães, o ex-prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim e  o ex-deputados Narciso Mendes e Osmir Lima.

fonte   Agência ContilNet