- No mesmo dia saí da empresa de plano de saúde e fui direto para a academia me matricular. Mas não tinha nem ideia do que fazia na academia. Na avaliação feita na academia estava pesando 98,5kg. Demorou a ver resultados. Quase um ano para perceber, mas depois de um tempo comecei a gostar - conta.
Apesar da demora nos resultados, ela afirma que não pensou em parar. O pensamento sobre as atividades físicas realizadas mudou quando passou um tempo fora do Acre e teve contato com profissionais que lhe orientaram como proceder para obter os melhores resultados.
- Não pensei em parar, mas pensava que não adiantaria nada. No primeiro ano, não fazia dieta, nada. Só malhava. Parei de tomar refrigerante, porque dava espinhas, e não por causa de dieta. Passado o primeiro ano, comecei a emagrecer. Só fui mudar realmente meus hábitos alimentares quando morei em João Pessoa (capital da Paraíba) aos 18 anos. Passei nove meses lá, tive contato com o fisiculturismo, com a galera que entende do assunto. Eles me indicaram suplementação, que até então eu achava que era bomba (anabolizante), e aí fui descobrindo as coisas - diz.
Foi a partir daí que ela passou a dedicar sua vida ao esporte, com o foco no fisiculturismo. Rafaelly era estudante do terceiro período do curso de direito em uma universidade de Rio Branco, capital do Acre, e quando retornou da Paraíba decidiu mudar seu rumo profissional e matriculou-se no curso de educação física.
- Em João Pessoa viram que eu tinha estrutura física, genética e força e investiram em mim. Me colocaram para treinar, elaboraram dieta. Desde então, peguei o gosto e estou até hoje. Não consigo mais parar. Já virou vício. Estudo, meu foco é trabalhar com isso, então não tem como abandonar mais - afirma a moça.
- Hoje tenho 1,73m e peso 82kg. Para quem pesava 98,5kg parece ser bem pouco. Mas eu era gordura pura, não fazia exercício nenhum. Atualmente, estou com cerca de 16% de gordura no corpo. O ideal é 12 ou 13%, mas para a pessoa ficar magrinha. Só que não quero ficar magrinha, quero manter a minha forma, pois gosto assim - ressalta.
.Rafaelly lembra que começou a malhar pensando na saúde, pois sabia que era uma adolescente que estava propensa a ficar doente por estar acima do peso. Agora, apaixonada pelo que faz, ela quer se dedicar ao fisiculturismo e levar o nome do Acre como destaque para outros lugares.
- Não entendo porque esse amor surgiu. Eu comia muito, sempre quis comer muito. Meu objetivo é continuar no esporte para o resto da vida, ir para fora tentar competir no fisiculturismo. Quero trabalhar com isso e me formar para ser atleta desse esporte. Minha intenção é levar o nome do Acre para fora, como uma boa personal e uma boa atleta - almeja a jovem.
Ela conta que quando adolescente não chegou a sofrer muito com brincadeiras de mau gosto por estar acima do peso, pelo menos quando estava presente. E diz ainda que atualmente quem lhe conheceu naquele período chega a se espantar com a mudança física.
- Por trás eu sei que o pessoal falava muito. Hoje, quem me vê se assusta, pergunta que dieta é essa, o que foi que tomei. Acham logo que tomei anabolizante para secar. Mas não existe isso. O negócio é vir para a academia. Esporte, academia, malhação é tudo na minha vida. Mudou tudo em relação ao jeito que as pessoas tratam você. Não sei explicar, mas olham totalmente diferente, tanto amigos, quanto os homens. As pessoas são mais educadas, querem ficar mais você perto - descreve Rafaelly.
A jovem tem uma alimentação baseada em muita proteína, principalmente, e carboidrato suficiente para aguentar a malhação.
- Como seis vezes ao dia (café da manhã, lanche, almoço, lanche, janta e ceia) cumprindo sempre os horários. Sempre com muita proteína, atum, frango, ovo. Hoje não estou suplementando porque a minha intenção é emagrecer e ganho massa muscular muito fácil. Evito carboidrato, consumo somente o suficiente para poder suportar a malhação.
Rafaelly diz que não foi fácil alcançar a qualidade de vida que tem atualmente, mas garante que o sucesso do esforço dependeu da própria vontade e do pensamento de mudança. Após quatro anos da primeira vez que pisou em uma academia, ela só tem motivos para comemorar.
- Vale a pena, com certeza. É difícil porque não é todo mundo que consegue entrar no clima psicológico. Se você não tiver pensamento de que vai conseguir, não vai mesmo. Não desista, o resultado é maravilhoso, tanto físico, quanto mental e social. Tudo é muito melhor depois que você alcança seu objetivo. Demora, mas só depende de você - encerra.
fonte g1
