Uma fotografia ampliada em um túmulo do cemitério Jardim da Paz, em Cruzeiro do Sul (AC) chama a atenção dos visitantes. A imagem é da dona de casa Maria do Céu, que morreu aos 58 anos, vítima de uma insuficiência respiratória.
Na imagem ela está sorrindo, caminhando com uma bolsa na mão. Os reflexos dos vidros sobre a fotografia vistos de longe transmitem a imagem de uma sombra que pode até assustar quem não conhece o luxuoso túmulo.
O administrador do cemitério João Santos Silva relata que os visitantes ficam surpresos quando se deparam com a imagem. “As pessoas comentam que na foto a mulher parece estar viva, até mesmo eu que estou acostumado fico surpreso muitas vezes quando levanto a cabeça. É uma imagem de muita qualidade, que chama a atenção realmente”, diz.
Já o agricultor José Ferreira ficou admirado com o túmulo. “Achei importante e bonito, se tivesse condição faria o mesmo no túmulo onde estão sepultadas a minha mãe e a minha filha”, relatou enquanto fazia limpeza em um túmulo ao lado.
A neta de Maria do Céu, a estudante de odontologia Maíra Roberta Lima Viga, diz que o túmulo transmite tranquilidade “Ela era muito especial para toda família, faz quase cinco anos mas a gente nunca esquece, aprende a conviver. Criamos no túmulo uma espécie de memorial, quando sentimos saudades ficamos um pouco aqui e refletimos em um ambiente de paz e tranquilidade”, comenta.
Maíra estuda em Manaus, mas sempre que vem a Cruzeiro do Sul ajuda a mãe, Márcia Roberta de Lima a cuidar do túmulo da avó. Márcia é filha de Maria do Céu e decidiu instalar um pequeno jardim ao lado do túmulo. “Minha mãe adorava plantas e a gente tem o maior cuidado com esse jardim, toda semana estamos aqui, porque entendemos que ela se sente bem quando fazemos aquilo que ela tanto gostava”, explica Márcia.
Para o médico Marcelo Lima, filho de Maria do Céu, o cuidado que a família tem com o túmulo reflete o legado que ela deixou aos filhos e netos. “Decidimos fazer um túmulo bacana para que ela fosse lembrada pela família, amigos e por quem visita o cemitério. Quando chegamos aqui são muitas lembranças e sentimos a presença dela. É também um exemplo para muitas pessoas que esquecem a memória de seus entes queridos e só visitam os túmulos no Dia de Finados”, conclui.
fonte g1
