Me sinto magoado, afirma homem que há mais de um mês procura tratamento de saúde

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Não é novidade para ninguém que a Saúde no Brasil funciona a passos lentos. As filas do Sistema Único de Saúde (SUS) são enormes e, muitas vezes, o cidadão precisa esperar anos para realizar um procedimento cirúrgico que ele necessita, às vezes, com urgência.
No Acre, a situação é exatamente a mesma. O morador do município de Tarauacá, Francisco Araújo, procurou o jornalismo da ContilNet para denunciar a situação do amigo, Valcir Armine, que se encontra em grave situação, em virtude de problemas cardiovasculares.
Valcir Armine, de 65 anos, que tem um caminhão e trabalha com frete, veio em busca de tratamento na capital, já que por 15 dias tentou tratamento no município de Tarauacá e não obteve sucesso. Francisco ressalta que os 15 dias foram depois que Valcir sofreu de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Francisco afirma que não conseguiu nem encaminhamento e que só veio conhecer o problema de Valcir em Rio Branco. Depois que chegaram a Rio Branco, na última segunda-feira (7), conseguiram apenas na quinta-feira (10) a consulta com um neurocirurgião, às 6 da tarde.
O mais grave é que o neurocirurgião precisa de hemograma completo e tomografia. O hemograma foi marcado, porém, só para o dia 7 próximo mês, e a tomografia não tem qualquer previsão para a realização.
“Ele não vai aguentar. Se ninguém fizer esses exames, ele vai morrer em casa, sozinho. Isso é um absurdo acontecer em um estado com saúde dita de 'primeiro mundo'; queremos que o Estado seja responsabilizado”, afirma Francisco.
Não tendo mais a quem recorrer, Francisco se encaminhou ao Ministério Público a fim de denunciar o caso.
“Chegando ao Ministério Público, eles realizaram todos os procedimentos e encaminharam para a Defensoria Pública. A Defensoria fez um ofício e me encaminhou para a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). De lá, deixei alguns documentos e eles estipularam 5 dias para que sejam atendidos, contados a partir da próxima segunda-feira (14)”.
Valcir, com dificuldades na fala, afirma que se sente magoado com toda a situação que está vivendo.
“Me sinto muito magoado. Não tem condições de dirigir por causa do meu estado – como se estivesse bêbado – e muito tonto. Sem equilíbrio de nada, e muita dor de cabeça. É desesperador”.
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Vivendo esta situação por mais de um mês, Valcir espera que agora seja dado um ponto final em seu problema. O jornalismo da ContilNet vai acompanhar os procedimentos para averiguar os andamentos dos exames e da decisão judicial. 
fonte  www.contilnetnoticias.com