Aldeia Morada Nova é a primeira a receber cursos oferecidos pelo IFAC em Feijó

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Com o objetivo de inovar e avançar ainda mais na qualificação profissional, o Instituto Federal do Acre (IFAC), através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) está atendendo 60 indígenas distribuídos nas turmas Avicultor e Fruticultor, na aldeia Morada Nova no município de Feijó. É a primeira vez que a aldeia recebe a qualificação oferecida pela rede federal de ensino no município.
Os cursos ministrados na aldeia estão em fase de finalização. Professores e supervisores acompanham as aulas que são ministradas todos os finais de semana na própria comunidade. Cada aluno matriculado, participam de cursos com a carga horária mínima de 200 horas cada e recebe uma bolsa auxilio no valor de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), dividida em parcelas que são pagas a cada 15 dias de aula. Além de receber um kit contendo uma bolsa com itens de higiene pessoal.
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Um dos destaques registrado nas turmas é o interesse coletivo e a participação sem registro de abandono às aulas. Segundo a supervisora Regiane da Silva dos Santos, o maior acerto foi levar os cursos para o local de habitação dos indígenas “o fato de eles não terem que sair da aldeia para ir estudar na cidade é o que mais eles agradecem, estamos vendo o esforço e o interesse deles em apreender em todas as aulas” relatou Regiane dos Santos.
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Para o chefe da aldeia, cacique Carlos Brandão Shanenawa, o momento era para agradecer as oportunidades oferecidas através dos governos federal, estadual e municipal, ambos atuando para melhoria na vida das aldeias do estado. Segundo o chefe da tribo Shanenawa, os cursos têm levado outras perspectivas de vida no local, além da inclusão dos índios na sociedade “essa é uma oportunidade de sermos reconhecidos como cidadãos brasileiros, cidadão com um dialeto diferente, mas que somos da mesma humanidade, estamos vendo os governos tendo essa consciência sobre nosso povo”, afirmou o cacique.
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Para ele, as oportunidades se estendem conforme o aprendizado chega “Isso significa sustentabilidade, desenvolvimento, e não adianta só a gente ter aqui a o produto bruto como a macaxeira, nós temos que ter o conhecimento técnico e isso o IFAC está trazendo, e nós tendo acesso a estes conhecimentos temos como ajudar no desenvolvimento do município, do estado e porque não dizer do mundo.” destacou.
Como forma de agradecimento, a equipe do IFAC, foi presenteada, pelos alunos indígenas, com uma apresentação de “Mariri” (dança da cultura indígena), como uma forma de saudar e agradecer aos brancos a oferta dos cursos no local. Para o índio e aluno do curso, Francisco Izário de apenas 18 anos, um momento especial, ele é quem comandava, de dentro da roda, a apresentação, “eu era bem pequeno e já gostava de música, tenho o dom de saber tocar violão e aqui eu dito o ritmo da dança, o mariri é uma dança que apresentamos no formato de um círculo e de mãos dadas, o que significa a união entre os povos” explicou.
Após a apresentação, os professores, supervisores e a coordenadora do PRONATEC na regional Tarauacá/Envira, Ana Paula Pinheiro, agradeceram a acolhida e destacaram o momento de conhecimento para ambos os envolvidos no projeto. “Trazer os cursos para as aldeias era um dos objetivos do IFAC, através das parcerias e dos demandantes conseguimos, aqui em Feijó temos um público muito grande nas aldeias e é muito importante que tenhamos este contato, além de oferecer uma melhoria de vida nestas comunidades”, disse a coordenadora Ana Paula Pinheiro. “Esse é um momento de troca de conhecimento, nós oferecemos a qualificação profissional e eles nos apresentam esta cultura que é linda e ainda desconhecida em muitos locais, estou muito feliz de estar participando deste momento, que continuemos a trazer cursos e qualidade de vida não só para as aldeias, mas para toda a população do Estado”, afirmou.