Habitavam as terras do município de Feijó, as tribos Jaminawás, Kaxinawás, Paparrós, Kulinas, Chacauás. Tudo natureza bruta, mata e selva só habitados por índios.
A primeira penetração de civilização data de 1879 e deu-se com a chegada à foz do rio Envira, do navio Mundurucus, trazendo vários nordestinos, que deixando sua terra natal, deslocaram-se para cá atraídos pelo incentivo do corte da seringa para a produção da borracha. Tinham como único objetivo a melhoria de vida.
Como nos diz Tocantins: “Os altos-rios foram ocupados em caráter econômico e permanente a partir de
A partir desta data, começaram a chegar à foz do Envira as primeiras famílias nordestinas, que deixavam o sertão correndo das secas, em busca da borracha e do sonho de ganhar dinheiro. Graças aos Nordestinos, a região começou a ser desbravada. Foi uma época difícil para os índios que ali moravam, pois as necessidades dos que chegavam de lotear as terras para formar os primeiros seringais, causou muitos conflitos.
E foi exatamente em meio a esses conflitos entre brancos e índios que surgiu o Seringal Porto Alegre, localizado a margem direita do Rio Envira. Ali, naquele pedaço de chão, surgiria mais tarde, o vilarejo de Feijó que em 1938, se transformou em município.
Um dos primeiros exploradores, dessa região foi o Sr. Anjo Custódio, segundo o Sr. Ambrósio, em entrevista ao “semanário Independente de Feijó”, (hoje extinto) o mesmo chegou nessas terras por volta de março de 1887, segundo o mesmo, o Sr. Anjo Custódio, “andava sempre sozinho nas demarcações dos seringais”. Depois de Anjo Custódio, também chegou a essa região o Sr. Cajazeira, paraibano, que continuou explorando os seringais, principalmente o seringal Canadá. Continuando a exploração dos seringais, cajazeira explorou até o seringal Simpatia, fazendo lotes e vendendo para aqueles que tinham condições de comprá-los. Prosseguia-se com a exploração dos seringais, já se iniciava o corte das seringueiras, para se obter logo, logo a produção da borracha, do cernambi e do caucho. Tudo em prol do lucro e mais e atender um mercado externo e uma indústria cada vez mais pujante.
Expulsavam-se os índios para os altos rios. Ocorriam grandes batalhas entre os índios e brancos (nordestinos). Nestas lutas havia muitas mortes entre os índios e brancos (nordestinos). Portanto, o clima entre brancos e índios da região sempre foi quente. Haviam constantemente lutas, emboscadas, mas sempre a favor do homem branco, como acontecera em toda a história do o homem branco sempre saíra vencedor em relação ao indígena.
Houve várias e pequenas refregas, mas os nordestinos conseguiram, aos poucos, desbravarem a região. Subindo rios e igarapés, começaram a demarcar seus “domínios” surgindo, daí, os atuais seringais, entre estes seringais realça o denominado “Porto Alegre”, pertencente ao Sr. Rodrigues, cearense, ele chegou à região em 1896, também chegando de navio até São Felipe, hoje localidade conhecida como município de Eirunepé, no Amazonas. De lá para região de nosso município, o mesmo veio de canoa.
O Sr. Francisco Barroso Cordeiro, cearense chegando aqui por volta de 1896, o mesmo comprou o Seringal “Porto Alegre” do Sr. Rodrigues.
É neste contexto histórico que surge à margem direita do rio Envira, o Seringal Porto Alegre que mais tarde deu origem ao município de Feijó.
A partir dá ir inicia-se a exploração, através de um processo rudimentar de civilização e de desbravamento, iniciando a construção das primeiras casas, de madeira rústica coberta de palha, do seringal “Porto Alegre”, um barracão de madeira de propriedade do Coronel Barroso, na rua em que hoje, tem o nome do Coronel Barroso. Certo tempo depois, Coronel Barroso, esse barracão, para a firma Coutinho & Aníbal, que a transforma em um novo empreendimento, ou seja, uma loja, a filial. Firma esta, que concentrava em seu poder vários seringais que faziam parte da empresa extrativista montada na foz do seringal Jurupari, onde os mesmos mantinham a matriz da sua empresa, através de um grande barracão, que mantinha o controle e abastecia os seringais e o incipiente comércio local, com os mais variados produtos. A loja filial fica a partir de então, sendo administrada pelo Sr. Jurandir, um comerciante Sírio-Libanês, que foi o primeiro grande comerciante da época, em nossa cidade, que vendia estivas, gêneros alimentícios, tecidos (corte de fazendas), dentre outros produtos, o mesmo tinha como empregados, a professora, Lurdes do Carmo Castro, Moacir Severiano, que de empregado, tornou-se mais tarde sócio de do Sr. Célio Fernandes e montaram a firma Fernandes & Cia onde hoje é conhecida como Coronel Barroso, mais ou menos ali, aonde é hoje a casa das irmãs. Feito em mutirão por aproximadamente 10 pessoas, sendo alguns conhecidos cidadãos feijoenses, como o Sr. João Ambrósio, Coronel Barroso, Miguel Ferreira, Antonio Morais, mestre Ezequiel e outros. Foi progredindo e aos poucos se tornou vilarejo. E a 13 de maio de 1906 foi elevado à Categoria de Vila sobre a denominação de Feijó, em homenagem ao grande vulto da nossa história, o Pe. Diogo Feijó, Jesuíta e grande catequizador dos índios. E através do Decreto-Lei Presidencial de nº 968 de 21 de Dezembro de 1938, elevou a vila Feijó, a categoria de Cidade. As terras que constituiu a sede do Município foi compreendida numa área de 1.000m². por 3.000m., de fundo, adquirida do Cel. Coronel Barroso Cordeiro pelo valor de 20.000$000.
Logo depois, o então Prefeito Raimundo Augusto de Araujo, comprou uma nova área de do Sr. Fenelon, agora na zona rural, que ia da divisa de nossa cidade até o igarapé xixica e o igarapé salão; e na estrada Assis de Vasconcelos até as terras que é hoje a colônia do Sr. Armando Fenelon. Assim, começou a expansão e o desenvolvimento de nosso município.
“A partir da expansão do comércio da seringa” (SOUZA, 2002:60) surge o município de Feijó.
Autor: Professor e Historiador, EVILÁSIO COSMIRO DE OLIVEIRA
fonte acrefeijonew.blogspot.com