Pai de suspeito de estupro promete ato, caso filho não seja solto

Inconformado com a prisão do filho, o pai do estudante Ygo Alves de Araújo, de 25 anos, o trabalhador autônomo Marieldo Alves de Araújo, 49, diz que a família pretende realizar uma manifestação, caso a Justiça do Acre não acate o pedido de habeas corpus que pede a liberação do rapaz. Ygo, que foi transferido para o Presídio Francisco D'Oliveira Conde, no sábado (31). O jovem é suspeito de participação em um assalto seguido de estupro, no dia 15 de dezembro, em uma casa no bairro Cohab do Bosque, em Rio Branco.
"Entramos com o pedido de habeas corpus e se o juiz não aceitar, vamos fazer uma manifestação, alguma coisa para tentar tirá-lo de lá. O delegado pediu a prisão de todo mundo e estamos aguardando o resultado do exame que agora será feito em Manaus", afirma.
Embora a vítima do estupro, uma estudante de 20 anos, tenha apontado Ygo Alves como autor, Marieldo ressalta que durante as investigações nenhuma outra evidência que ligasse o filho ao crime teria sido descoberta. Ele diz ainda os outros suspeitos, que foram presos pela polícia, teriam inocentado o rapaz.
"Foi feito o rastreamento no telefone dele, não encontraram nenhum envolvimento dele com os outros suspeitos, as digitais não apareceram nos objetos furtados, nem no carro. A imagem dele não apareceu nas câmeras em frente da casa. O mandante e os outros envolvidos já confessaram que ele [Ygo] não participou do crime, inclusive, o Douglas assumiu o estupro. Mas, as meninas ainda estão dizendo que foi ele. O que vai decidir é o DNA", enfatiza.
Acreditando totalmente na inocência do filho, o autônomo fala até mesmo em ingressar com uma ação contra as pessoas que o acusaram de envolvimento no caso.
"Eu perguntei para o delegado o porquê do meu filho ainda estar preso, ele falou que é por causa da acusação das vítimas. Elas têm medo de sofrer um pedido de indenização, e é isso que eu vou fazer. Quem cometeu essa injustiça vai ser punido, vou jogar pesado", garante.
Procurado pelo G1, o delegado Karlesso Nespóli, responsável pela investigação, diz que o inquérito já foi encaminhado à Justiça. Sobre a questão dos depoimentos que teriam inocentado o rapaz, Néspoli explica que é preciso esperar o resultado do exame de DNA, já que o rapaz teria sido reconhecido tanto pela vítima, quanto pela irmã dela.
"Um suspeito diz que sim, outro diz que não, a vítima diz que sim, mas o que vai tirar a dúvida é o DNA", enfatiza.


De acordo com o advogado William Queiroz, que representa o jovem, a defesa espera que o pedido de habeas corpus seja posto em pauta na próxima quinta-feira (5). "Também fizemos o pedido de relaxamento de prisão ao juiz que decretou a prisão e esperamos o resultado sair. O que estamos pleiteando é que ele aguarde em liberdade, porque a prova pela qual ele foi preso não existe mais hoje", salienta
Entenda o caso
Suspeitos foram apresentados nesta terça-feira (20) pela Polícia Civil (Foto: Aline Nascimento/G1)
Segundo a polícia, por volta de 0h45 do dia 15 de dezembro de 2014, três homens invadiram uma casa no bairro Cohab do Bosque, renderam uma jovem de 24 anos e a irmã dela, de 20, que foi estuprada por um dos homens. Após o crime, eles fugiram levando um Corsa Classic, recuperado horas após o crime.

Na ação, eles roubaram ainda joias, televisores e celulares que foram encontrados em um apartamento, localizado no Bairro Wanderley Dantas, já o veículo estava no Bairro Alto Alegre.

Vizinho das vítimas, o estudante Ygo Alves de Araújo foi identificado por elas como sendo o responsável pelo estupro. No entanto, a família do suspeito, além de vizinhos, negam que ele tenha cometido o crime e afirmam que no momento do ocorrido ele estava em casa jogando videogame. No dia 13 de janeiro, um outro suspeito também foi preso.

No dia 18 de dezembro do ano passado, a Justiça havia acatado o pedido de relaxamento de prisão em flagrante contra o vizinho que havia sido preso. No entanto, de acordo com a Sesp, durante o decorrer da investigação novos indícios teriam sido encontrados pela polícia para que o rapaz fosse novamente preso.

Ao todo, sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso, uma delas, é o ex-cunhado da moça estuprada. Em seu depoimento, o homem teria apontado o envolvimento de Ygo Alves. No entanto, posteriormente ele teria voltado atrás e refeito o depoimento.

Ao G1, em matéria publicada no dia 20 de janeiro, o rapaz alegou ser inocente. "Eles sabem que sou inocente, que eu não estava na hora do crime. Como estou sendo acusado de estupro se eu não estava lá? Não tenho nada a ver com isso. Estou pegando 'bucha' dos outros, eu tenho namorada, tenho filha. Como vou olhar para a cara da minha filha? Estão acabando com a minha vida", desabafou na época.
fonte  g1