Bandidos matam onça-preta rara a pauladas em rio Ibama pede ajuda

Criminosos mataram o felino, com pauladas na cabeça, usado o próprio remo. Toda a ação foi filmada por eles.


O serviço de inteligência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) está à procura de três  homens, possivelmente pescadores,  que mataram a pauladas uma onça-preta, num rio, supostamente de Mato Grosso.
Por enquanto, as informações sobre o bárbaro crime ambiental ainda são poucas e o Ibama  pede, inclusive, que a população ajude na identificação dos pescadores ou do local onde ocorreu o ataque ao felino. A frieza dos pescadores foi tanta, que eles fizeram questão de registrar  em vídeo toda a crueldade.
Pela  filmagem, percebe-se que  no local haviam duas onças-pretas, que tentavam atravessar o rio, numa faixa de correnteza, quando os animas foram surpreendidos pelos três homens. Uma das onças conseguiu concluir a travessia, mas a outra, acuada, sofreu várias pauladas na cabeça.
“Na cabeça. Na cabeça. Mata direito”, ordenou um dos pescadores ao principal agressor que filmava o ataque.
“Mas o colega é ruim de ‘machado’ de porrada”, debochou o outro, diante da dificuldade encontrada no momento para matar a onça.
As imagens são fortes e tem causado muita indignação  nas redes sociais.
“Tá filmando Edilson?”, essa é uma das frases que se consegue ouvir pelo  áudio da gravação.
Onça-preta pertence à família da onça-pintada e está na lista de animais ameaçados de extrema extinção.
Onças-pretas estão na América do Sul, incluindo vários estados do Brasil e ainda na Venezuela, Paraguai, Peru, Guiana e Equador. A forma totalmente preta (chamada de onça-preta ou jaguar-preto) é mais rara que a forma de cor amarelo-acastanhado, representando cerca de 3 % da população de onças e corre risco de extinção
No Brasil a espécie já foi encontrada no estado de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Amazônia e Pará, porém segundo biólogos e pesquisadores, ela pode ser encontrada em várias regiões da América do Sul e também na América Central.
RepórterMT entrou em contato com o Ibama de Mato Grosso, que alegou não ter ainda informações precisas sobre a identificação dos criminosos, e nem se o fato ocorreu em Mato Grosso.
A princípio, havia a suspeita de que o ataque teria ocorrido no Pantanal Mato-grossense, mas essa informação não foi confirmada.  Entre os ocupantes do barco , há um que conversa em dialeto indígena e essa é uma das pistas que o Ibama tem para tentar chegar aos criminosos.
Em dezembro do ano passado, pesquisadores do Instituto Chico Mendes capturaram  uma onça preta, mas foi no semi-árido nordestino, mais precisamente na Serra da Capivara, no Norte do Piauí. De lá pá, têm sido cada vez mais raras as aparições do animal que, junto com a onça-pintada  tradicional, é um dos principais alvos tanto da caça, como também do turismo de observação.
Para dinamizar a investigação, o Ibama aposta  no Linha Verde, uma ferramenta da Ouvidoria   da instituição que, por meio do 0800 61 80 80, recebe denúncias  do país inteiro, relacionadas a crimes ambientais.
“Nós vamos ao local denunciado, checar a informação. Recentemente apreendemos peles de onça, no Norte de Mato Grosso”, disse um agente do órgão à reportagem.
Esse tipo de crime no Brasil é afiançável, cabendo apenas multa e abertura de processo criminal  contra os agressores.

VEJA VÍDEO:

Fonte: http://www.reportermt.com.br/