Coroca, como registrou seu nome de urna, resolveu disputar vaga à Câmara Municipal de Manacapuru, região metropolitana de Manaus, como um ato de revolta contra as situações de humilhação que já viveu.
“Um dia, minha filha estava com uma dor bem aqui (aponta o dedo para o lado direito da barriga); levei pro hospital e o médico me disse: ‘é verme, tá cheia de verme; aí veio um médico de Manaus e falou: isso é apêndice e vamos logo operar. E ela foi levada para a capital e eu não pude ir porque eu não conheço nada por lá. Isso me revolta. Por isso, hoje, sou candidata”, disse ela, enxugando as lágrimas.
Francisca talvez seja a candidata mais conhecida da cidade, principalmente perto do bordel onde trabalha, no atravancado de carros, barcos, bêbados e trabalhadores do intenso comércio do local.
Não há quem não a conheça por ali e isso pode ser atribuído à condição de vida que assume. “Eu vivo de vender o meu corpo e desse meu trabalho crio meus três filhos”.
Coroca tem uma menina de 6 anos, um menino de 7 e outra filha de 10 anos de idade, a que estava no desfile cívico escolar desta sexta-feira.
Francisca pouco ou quase nada entende da atividade política, pois não sabe exatamente o significado das três letras de seu partido, o PDT.
Mas, a vida sofrida de quem não teve a oportunidade de ir além da 4ª série do ensino fundamental lhe ensinou uma certeza: “Senhor, a gente não pode continuar humilhados. Esses políticos mentem, enganam a gente. Aqui em Manacapuru as ruas estão assim, cheias de buracos. Tem hospital, mas não tem remédio. Agora, a gente precisa mudar”, comentou ela ao se despedir da entrevista ao BNC.
fonte bncamazonas.com
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