A coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do município de Feijó, Maria Conceição da Glória Santos, está denunciando os altos índices de desnutrição e mortalidade infantil de crianças indígenas. O município ocupa o primeiro lugar em mortalidade infantil e terceiro em destruição, segundo dados do próprio Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Alto Juruá.
Os níveis muito superiores ao que se registra no restante do Brasil, de acordo com a missionária, foram notificados nas aldeias Ashaninka e Madija, que ficam distante cerca de sete dias de barco da sede do município. “Não se trata de falta recursos naturais ou alimentares na região, e sim das péssimas condições de vida e da desigualdade no acesso aos bens e recursos”, explicou a missionária, para quem o poder público é omisso.Ainda segunda ela, anualmente o Cimi produz um relatório no qual notifica dezenas de casos de morte por causa de desnutrição e doenças facilmente tratáveis como diarréias, pneumonia, gripe, problemas de garganta, entre outras. “Os povos indígenas do Alto Enviara, incluindo-se aí os recém-contactados, estão praticamente abandonados”, denuncia Maria Glória dos Santos.
“O grande desafio da saúde indígena é levar atenção básica, respeitando as especificidades culturais. Nós temos nas aldeias alguns atores que são importantes e precisam ser considerados nesse processo de saúde, como pajés e parteiras. Os altos níveis de mortalidade e desnutrição acontecem na região do Alto Rio Envira e no município de Jordão”, admitiu a coordenadora distrital de saúde indígena do Alto Juruá, Milena Lopes da Silva.
No Vale do Juruá, região que abrange oito municípios, existem 16 etnias e uma população estimada de aproximadamente 18.000 índios, sendo desses, 3.500 de 0 a 5 anos de idade.
fonte contilnetnoticias.com.br
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