De acordo com os registros da instituição, órgão vinculado ao Ministério Público, os casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes, são estatísticas que comprovam índices acima da média. Isso sem contar, os casos que são mantidos sob o sigilo absoluto da família.
Os motivos pelos quais crianças e adolescentes não relatam o abuso são vários e, de acordo com os conselheiros, o tabu que a educação sexual tem no âmbito familiar é um dos principais responsáveis para que esse segredo se perpetue. Principalmente quando são cometidos por algum parente, sendo a figura paterna, pai ou padrasto – a mais comum.
“É um tabu mesmo. São ataques bem sutis e, quando [a vítima] tenta falar, [o abusador] já fez a cabeça da mãe. Muitas vezes com medo de destruir a família, a menina fica quieta e cria ódio da mãe pela negligência. A mãe, por sua vez, se reconhece no erro, na escolha de ter um filho com o homem errado e de não ter visto a situação. E assim o abuso se perpetua”, afirmam.
A vergonha, o medo e a culpa são características recorrentes entre os casos que chegam até o Conselho Tutelar. “O abusador sempre tenta prejudicar a imagem da adolescente, isolando a menina e criando conflito entre ela e os familiares. Ele cria uma situação na qual se faz de bonzinho e de amigo, desqualificando a menina”, explica Francinelson, que ainda afirma: “o Conselho não tem papel de polícia. O nosso papel é cuidar, zelar e proteger a criança e o adolescente.
A violência no ambiente doméstico tem essa prerrogativa de tratar a mulher sem precisar da queixa. Nós empoderamos e damos autonomia com dignidade, para ela poder sair desse papel e desse lugar, sem destruir a família”.
fonte www.feijo24horas.com.br
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