Na mesma semana em que o Secretário de Segurança Pública do Estado
anunciou investimentos na área de comunicação dos militares, prometendo
incrementar a vigilância nas fronteiras do Estado, a prisão de mais um
brasileiro em território boliviano, Eronildo da Silva Lopes, traça uma
radiografia nada animadora para a segurança ao longo dos 11.627
quilômetros de faixa fronteiriça com países produtores de cocaína e
maconha (Colômbia, Peru, Bolivia) como a reportagem vem chamando atenção
desde a semana passada. A situação de conflitos entre brasileiros e
bolivianos está fugindo do controle e ativistas brasileiros, como Wide
Amorim, afirmam que essa “bomba relógio” pode estourar a qualquer
momento.
Rocha está ouvindo e recebendo documentos de famílias vitimas da violência na fronteira
Um diagnóstico vem sendo elaborado por um Policial Rodoviário Federal
que atua na área e deverá ser entregue na próxima semana ao deputado
Major Rocha, do PSDB, que visitou no final de semana a faixa de
conflito, ouvindo famílias de brasileiros, entre elas, parentes de
Eronildo da Silva Lopes e de estudantes brasileiras estupradas na
Bolívia. O deputado tucano juntou vasta documentação e imagens de
tratamentos a brasileiros que devem engrossar processos já apresentados
ao Itamaraty.
“A situação de vulnerabilidade de brasileiros que estudam no
território boliviano é preocupante”, disse o deputado. Semanalmente um
em cada dez sofre algum tipo de violência desde simples assalto a mão
armada, a estupro. O caso envolvendo 03 estudantes brasileiras que
segundo denuncias foram estupradas pelo médico Walter Herbert Palenque
Gonzalez, professor da Universidade Amazônica de Pando chama atenção das
autoridades brasileiras.
Depois de estuprar a menor R.C.F.S., 17 anos e ser acusado ainda da
tentativa de violência contra as estudantes Liliane Queiroz Soares e
outras vitimas
Sofrimento das famílias vitimas é grande
que não tiveram a coragem de denunciar o caso na Bolívia, o médico
transita livremente pela Universidade, enquanto as vitimas sofrem
problemas psicológicos provocados pelo atentado.
O caso chegou à Corte de Justiça da Bolívia e Walter Palenque chegou a
ficar preso alguns dias na prisão de Vila Bush, mas acabou ficando em
prisão domiciliar. O vice-cônsul, o diplomata Luciano Cabral, acompanha o
caso e já enviou relatório ao Itamaraty.
O Itamaraty já investiga outros dois casos em que brasileiros foram
queimados vivos. Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima eram acusados
de triplo assassinato e estavam detidos em uma delegacia da cidade
quendo foram retirados à força do local e assassinados diante de uma
multidão.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty, diz que o
governo brasileiro recebeu a notícia dos assassinatos “com consternação”
e que irá tomar medidas para evitar novos casos como esse. Além de
cobrar respostas das autoridades bolivianas, o Brasil vai enviar uma
missão à cidade onde ocorreram os assassinatos.
O recente caso de Eronildo Lopes é outro que chama atenção. Depois de
uma chamada a trabalho, o mototaxista com oito anos de ficha limpa no
Brasil,
Secretário de Segurança, Renir Greabner tem agido de forma fundamental
passou a ser considerado pelo Ministério Público Boliviano como um
elemento perigoso, acusado de ameaça, extorsão e organização criminosa.
A reportagem teve acesso ao documento de instrução cautelar expedido
pelo fiscal Juan Carlos Cuellar Zurita, da Capital del Departamento de
Pando que baseado em depoimentos de Francisco Divico Oliveira, afirma
existir elementos suficientes para sustentar que o Eronildo Lopes é o
autor dos delitos. O fiscal sustenta ainda como motivo de prisão
preventiva, a situação de fronteira “donde existe la facilidade de poder
abandonar el país”, relata.
A política de tratamento de brasileiros na Bolívia e o combate de
drogas é alvo de uma auditoria entregue ao ministro Aroldo Cedraz, do
Tribunal de Contas da União, que exigiu um plano de ação para mudar a
situação, no prazo de noventa dias [vencido em maio deste ano]. Entre as
deficiências apontadas no relatório, está a falta de equipamentos de
comunicação, embarcações e até a falta de qualificação de policiais
federais que atuam nas delegacias de fronteira.
fonte ac24 horas
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