A cabelereira Vanessa Silva, 33 anos, que confessou ter jogado água
quente no pênis do ex-marido, o pintor Roberto Correia dos Santos, de 30
anos, alegou que tomou a atitude por “legítima defesa”. Em entrevista
ao
G1 nesta sexta-feira (15), ela argumentou que o ex
chegou bêbado em sua casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense,
a agrediu com dois tapas no rosto, e em seguida tentou fazer sexo a
força.
Roberto sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus e está internado
no CTI. A polícia registrou o caso, em princípio, como lesão corporal
em situação de violência doméstica.
O relacionamento de Vanessa e Roberto durou sete anos, mas segundo
parentes, as brigas do casal eram constantes. Há cerca de duas semanas,
eles haviam terminado o relacionamento.
“Na madrugada de segunda-feira, ele voltou do pagode, e chegou na minha
casa completamente bêbado. Ele me agrediu com tapas, puxões de cabelo,
tirou a roupa e quis fazer sexo a força. Eu me recusei, e acabei joguei
nele a água que estava fervendo para fazer o café. Estou arrependida,
sei que errei, mas não tenho medo de ser presa, só eu sei o que
aguentei”, afirma Vanessa.
Nesta sexta, Roberto passou por uma cirurgia no Hospital Pasteur, no
Méier, na Zona Norte. De acordo com o boletim divulgado pela unidade, o
pintor sofreu queimaduras em “em cerca de 20% corpo, no abdômen, dorso,
genital, glúteos e coxas”. Os médicos ainda não sabem quando Roberto
terá alta do CTI.
O irmão da vítima, Sandro Correia, diz que Vanessa premeditou o crime.
Ele conta que a ex-cunhada era muito ciumenta e não aceitava a
separação. A família de Roberto analisa se vai entrar com uma ação
judicial para reivindicar a guarda do filho do casal, um menino de 4
anos.
“Ela é muito ciumenta, não deixava ele ter amizade com ninguém, muito
menos com mulher. Ele até podia ser galinha, gostava de sair, mas ele
estava solteiro, tenho certeza que ela nunca o viu com outra mulher. Ela
premeditou o crime, atraiu ele para a casa dela, e já estava fervendo a
água. Ele dormiu e aí ela jogou”, relata Sandro.
Na segunda-feira (11), Sandro registrou queixa na 64ª DP (São João de
Meriti). O delegado Delmir Gouvea, responsável pela investigação,
informou que pode mudar a tipificação do crime, caso o laudo do
Instituto Médico Legal (IML) aponte lesão grave. A polícia já ouviu
parentes do casal e espera ouvir Vanessa na próxima semana.
“Temos que aguardar as provas técnicas, como o exame de corpo delito.
Vou ouvi-la para esclarecer as circunstâncias. A lesão corporal como
violência doméstica tem pena de três meses a três anos, mas se a
tipificação mudar para lesão grave ou gravíssima, a pena pode aumentar
de um a cinco anos”, explicou o delegado, acrescentando que a princípio,
não vai pedir a prisão preventiva de Vanessa. “Ela não se negou a
prestar depoimento e nem está foragida, ou seja, não está atrapalhando
as investigações, então não tem por que pedir a prisão nesse momento”,
complementou.
fonte /g1.globo.com
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