Talvez você não reconheça seu rosto e nunca tenha ouvido seu nome, mas com certeza conhece os sucessos mais recentes que ele compôs. Filipe Escandurras, 22 anos, está dominando as rádios e pelo menos três músicas dele já começaram a ganhar o país: o arrocha Lepo Lepo, com Psirico; Fui Fiel, gravada por Pablo e por Gusttavo Lima, e Tempo de Alegria, que Ivete Sangalo incluiu em seu novo e ainda inédito DVD. Só Saulo, com Raiz de Todo Bem, é rival para ele neste Verão baiano como compositor.
Uma evolução impressionante para um garoto que, há poucos anos, era alvo de comentários maldosos de parte da vizinhança. “Bastava o pessoal me ver chegando pra dizer: ‘Ih, lá vem aquele menino chato fazer zoada com o cavaquinho ’”, lembra o baiano Filipe.
Pagodart
Mas foi aquele cavaquinho, que ele aprendeu a tocar com o pai, que o levou às primeiras experiências profissionais com a música. Filipe começou a tocar às sextas-feiras no Habeas Copos, na Barra. Na época, já pensava: “Será que um dia vou conseguir compor uma música?”.
Não demorou e, em 2008, aos 16, compôs, com o amigo Bola Sete, a música Caldeira, gravada pelo Pagodart. Filipe se lembra bem de quando ouviu a canção pela primeira vez, num carro de som que passou por ele numa praça do Garcia.
Entusiasmado, começou a compor com mais frequência e acreditou tanto na carreira que abandonou a escola após concluir o primeiro ano do ensino médio, mesmo que fosse a contragosto dos pais.
Depois de Caldeira, veio Tá Toda Meladinha, também conhecida como Sorvete, que o Saiddy Bamba gravou em 2011. Foi aí que Filipe começou a ver uma música sua cair na boca do povo pela primeira vez.
Mas foi há dois anos que o compositor sentiu que a carreira começava a engrenar. Estava no Facebook, quando alguns amigos começaram a postar mensagens mandando ele correr para a televisão.
Fada madrinha
Ele ligou a TV e, por alguns segundos, não acreditou no que viu. Ivete Sangalo estava cantando duas músicas dele: Menina Linda e Sim, Sim, Sim, Não, Não, Não. A primeira havia sido gravada pelo Fantasmão; a segunda, pelo Saiddy Bamba. Mas ouvir Ivete cantando era, para Filipe, uma espécie de atestado de aprovação. E não parou por aí: a estrela maior do axé cantou as músicas no Festival de Verão 2012 e também no Carnaval daquele ano.
Enquanto assistia Ivete na TV, Filipe lembrou-se de um amigo, também compositor, que costumava provocá-lo: “Ivete já tinha gravado uma música dele. Então, ele ficava jogando isso na minha cara. Pra mim, era como se ele dissesse: ‘Eu tenho esse tênis caro e você não tem’. Aí, Ivete foi e cantou logo duas minhas de vez”, lembra-se.
E não parou aí, já que a rainha do axé, depois de perceber o sucesso das canções de Filipe, ficou de olho no rapaz. Naquela época, ele era backing vocal do Fantasmão e apresentava o Escandurras Convida, num bar do Rio Vermelho. Era lá que testava algumas de suas composições, para ver como o público reagia. Foi o caso de Dançando, que mexia muito com a plateia.
Dançando
Composta com Tierry Coringa, a música ganhou mais um trecho, criado por Márcio Victor, que levou-a para Ivete. Filipe estava em São Paulo, a passeio, quando recebeu uma ligação do parceiro Tierry. “Quando ele me disse que Ivete ia gravar Dançando, eu me tremi todo!”. A canção acabou se tornando um dos destaques do álbum Real Fantasia, de 2012. Foi também um dos hits do Carnaval 2013. E, de quebra, ainda ganhou uma segunda versão, em dueto de Ivete com Shakira.
Era então a chance que Filipe tinha de se vingar daquele amigo que o provocava: “Mas eu nunca quis fazer isso. O mundo deu voltas e as coisas mudaram. Hoje, Ivete não grava mais músicas dele”. Filipe ainda emplacou Pra Frente e Tempo de Alegria no DVD que festeja os 20 anos de carreira de Ivete, gravado na Fonte Nova em dezembro.
Lepo lepo
Mas a consagração veio mesmo com Lepo Lepo, parceria com Magno Santana, gravada no último álbum da Psirico, que tem cinco músicas da dupla. “Na verdade, a gente nem esperava que Lepo Lepo fosse o maior sucesso do disco. Tanto que a música de trabalho era Na Boquinha”. A dança que caracteriza a música e a expressão “lepo lepo” são criações de Magno.
Recentemente, a canção foi alvo de uma polêmica na internet. O goiano Cristiano Araújo lançou uma versão na web, mas não fez menção nem aos autores nem ao Psirico. Artistas como Solange, do Aviões do Forró, Naldo e Anitta se manifestaram logo a favor da banda baiana.
Fiéis ao amigo Márcio Victor, Magno e Filipe não liberaram os direitos de gravação para Cristiano. Embora o sertanejo possa cantá-la em seus shows, não está autorizado a gravá-la nem a cantá-la na TV ou rádio. “Jamais iríamos autorizar alguém a gravar a música se a Psirico não permitisse. Márcio é nosso parceiro e jamais faríamos isso com ele”, garante Filipe.
Em tempo: o sobrenome Escandurras foi “adotado” pelo compositor, que se inspirou no guitarrista paulista Edgard Scandurra, da banda de rock Ira! O seu sobrenome de batismo é Costa.
Uma evolução impressionante para um garoto que, há poucos anos, era alvo de comentários maldosos de parte da vizinhança. “Bastava o pessoal me ver chegando pra dizer: ‘Ih, lá vem aquele menino chato fazer zoada com o cavaquinho ’”, lembra o baiano Filipe.
Pagodart
Mas foi aquele cavaquinho, que ele aprendeu a tocar com o pai, que o levou às primeiras experiências profissionais com a música. Filipe começou a tocar às sextas-feiras no Habeas Copos, na Barra. Na época, já pensava: “Será que um dia vou conseguir compor uma música?”.
Não demorou e, em 2008, aos 16, compôs, com o amigo Bola Sete, a música Caldeira, gravada pelo Pagodart. Filipe se lembra bem de quando ouviu a canção pela primeira vez, num carro de som que passou por ele numa praça do Garcia.
Entusiasmado, começou a compor com mais frequência e acreditou tanto na carreira que abandonou a escola após concluir o primeiro ano do ensino médio, mesmo que fosse a contragosto dos pais.
Depois de Caldeira, veio Tá Toda Meladinha, também conhecida como Sorvete, que o Saiddy Bamba gravou em 2011. Foi aí que Filipe começou a ver uma música sua cair na boca do povo pela primeira vez.
Mas foi há dois anos que o compositor sentiu que a carreira começava a engrenar. Estava no Facebook, quando alguns amigos começaram a postar mensagens mandando ele correr para a televisão.
Fada madrinha
Ele ligou a TV e, por alguns segundos, não acreditou no que viu. Ivete Sangalo estava cantando duas músicas dele: Menina Linda e Sim, Sim, Sim, Não, Não, Não. A primeira havia sido gravada pelo Fantasmão; a segunda, pelo Saiddy Bamba. Mas ouvir Ivete cantando era, para Filipe, uma espécie de atestado de aprovação. E não parou por aí: a estrela maior do axé cantou as músicas no Festival de Verão 2012 e também no Carnaval daquele ano.
Enquanto assistia Ivete na TV, Filipe lembrou-se de um amigo, também compositor, que costumava provocá-lo: “Ivete já tinha gravado uma música dele. Então, ele ficava jogando isso na minha cara. Pra mim, era como se ele dissesse: ‘Eu tenho esse tênis caro e você não tem’. Aí, Ivete foi e cantou logo duas minhas de vez”, lembra-se.
E não parou aí, já que a rainha do axé, depois de perceber o sucesso das canções de Filipe, ficou de olho no rapaz. Naquela época, ele era backing vocal do Fantasmão e apresentava o Escandurras Convida, num bar do Rio Vermelho. Era lá que testava algumas de suas composições, para ver como o público reagia. Foi o caso de Dançando, que mexia muito com a plateia.
Dançando
Composta com Tierry Coringa, a música ganhou mais um trecho, criado por Márcio Victor, que levou-a para Ivete. Filipe estava em São Paulo, a passeio, quando recebeu uma ligação do parceiro Tierry. “Quando ele me disse que Ivete ia gravar Dançando, eu me tremi todo!”. A canção acabou se tornando um dos destaques do álbum Real Fantasia, de 2012. Foi também um dos hits do Carnaval 2013. E, de quebra, ainda ganhou uma segunda versão, em dueto de Ivete com Shakira.
Era então a chance que Filipe tinha de se vingar daquele amigo que o provocava: “Mas eu nunca quis fazer isso. O mundo deu voltas e as coisas mudaram. Hoje, Ivete não grava mais músicas dele”. Filipe ainda emplacou Pra Frente e Tempo de Alegria no DVD que festeja os 20 anos de carreira de Ivete, gravado na Fonte Nova em dezembro.
Lepo lepo
Mas a consagração veio mesmo com Lepo Lepo, parceria com Magno Santana, gravada no último álbum da Psirico, que tem cinco músicas da dupla. “Na verdade, a gente nem esperava que Lepo Lepo fosse o maior sucesso do disco. Tanto que a música de trabalho era Na Boquinha”. A dança que caracteriza a música e a expressão “lepo lepo” são criações de Magno.
Recentemente, a canção foi alvo de uma polêmica na internet. O goiano Cristiano Araújo lançou uma versão na web, mas não fez menção nem aos autores nem ao Psirico. Artistas como Solange, do Aviões do Forró, Naldo e Anitta se manifestaram logo a favor da banda baiana.
Fiéis ao amigo Márcio Victor, Magno e Filipe não liberaram os direitos de gravação para Cristiano. Embora o sertanejo possa cantá-la em seus shows, não está autorizado a gravá-la nem a cantá-la na TV ou rádio. “Jamais iríamos autorizar alguém a gravar a música se a Psirico não permitisse. Márcio é nosso parceiro e jamais faríamos isso com ele”, garante Filipe.
Em tempo: o sobrenome Escandurras foi “adotado” pelo compositor, que se inspirou no guitarrista paulista Edgard Scandurra, da banda de rock Ira! O seu sobrenome de batismo é Costa.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/
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