Presos compram material de construção e reformam as próprias celas em Presídio de Rio Branco

“Normas de segurança de Presídio em Rio Branco e completamente falha” diz agente penitenciário
2014-05-15-notas-presidio
Detentos do Pavilhão “G” do Complexo Penitenciário Dr. Francisco D´Oliveira Conde, em Rio Branco, onde são abrigados os presos condenados/sentenciados indignados com as péssimas condições das celas decidiram eles mesmos fazerem reformas.
DE acordo com denuncia anônima os produtos  adquiridos pelos presos e o pagamento da mão de obra estão: cimento, argamassa, lâmpada, tomada, registros, rodo e vassoura.
Todos os itens foram entregues no local da “obra”, ou seja, no Pavilhão “G” celas de 2,6 e 10 conforme endereço das notas fiscais expedidas pelas empresas em que os produtos foram adquiridos.
Notas estavam em nomes de detentos e com o endereço de entrega na cela e pavilhão do Presídio Estadual.
Notas estavam em nomes de detentos e com o endereço de entrega na cela e pavilhão do Presídio Estadual.
Nas notas fiscais fornecidas na denuncia anônima consta os nomes dos presos Antônio Gedmilson Simplício Mota que cumpre pena no Pavilhão “G” cela 10 e de Valdir Perez de Oliveira da cela 02 do mesmo Pavilhão, além de outras notas em que não consta o nome do detento/comprador, mas que foram destinadas ao mesmo Pavilhão.
O detento Valdir Perez mais conhecido pelo apelido de “Valdir Tatuado” que adquiriu produtos no valor de R$ 621,50 para reforma da cela de número 02, ele é sentenciado por vários crimes e segundo a denúncia anônima ele possui uma extensa ficha de movimentação interna, ou seja, alterações fora das normas do sistema prisional que estão em sindicância.
A reportagem tentou falar com Dirceu Augusto da Silva, diretor presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre, mas foi informada que ele não se encontrava. Tentou-se novamente um contato no dia seguinte através do número 3223-2257, mas sem sucesso.
Tentamos falar com a direção do Presídio, mas fomos informados na guarita do portão principal que somente a pessoa identificada por Jandira Bandeira poderia falar sobre o assunto, mas estaria em reunião e não poderia atender a imprensa. Fomos orientados pelo agente penitenciário que nos atendeu no portão que procurássemos a direção do Iapen, o que já havia sido feito sem sucesso.
Segundo Adriano Marques – presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre – AGEPEN, na próxima semana ele estará protocolando denuncia no Ministério Público – MPE aonde pede investigação por parte do órgão a respeito de quem autorizou a entrada dos caminhões para entrega dos materiais de construção comprados por detentos. “Está tudo ilegal, a compra, a entrega, a entrada do caminhão. Tudo isso fere as normas de segurança do sistema prisional” afirmou Adriano.