O Acre deve receber, até a primeira semana de fevereiro, mais de 7,5 mil comprimidos da Dose Tripla Combinada ou "3 em 1", um medicamento promete simplificar o tratamento dos portadores do HIV e Aids. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado, o novo medicamento possui ainda menos efeitos colaterais para os pacientes.
A Dose Tripla Combinada reúne em um único comprimido os medicamentos Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg), que até então eram distribuídos separadamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde junho de 2014, o governo federal deu início à distribuição do novo medicamento, inicialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas, que figuram entre os estados com maior número de pacientes infectados pelo vírus.
De acordo com o coordenador interino de DST/Aids da Secretaria de Saúde do Acre, Nelson Guedes, o novo medicamento deve trazer mais conforto para os portadores do vírus. "Não causa tantos danos colaterais, como ânsia de vômito, tontura", ressalta.
Ele diz ainda que com o novo medicamento ocorra uma redução no número de pacientes que abandonam o tratamento. "Esperamos que os pacientes que haviam abandonado o tratamento retornem, porque é bom para o sistema e é bom para ele", afirma.
Ele ressalta que a entrega dos medicamentos será feita pelo serviço de assistência especializada, localizada no Hospital das Clínicas, em Rio Branco. No entanto, embora tanto pacientes antigos quanto novos tenham direito ao medicamento, a entrega só poderá ser feita após recomendação de um infectologista.
"O infectologista vai prescrever a medicação e o paciente poderá ir na farmácia da unidade procurar pelo medicamento", explica.
Segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), de janeiro a 21 de novembro de 2014, e publicado pelo G1 em 3 de dezembro de 2014, houve o registro de 37 casos de Aids em todo o Estado do Acre. Desses, 35 são adolescentes ou adultos e dois menores de 13 anos. A pesquisa revelou que em relação a 2013, ocorreu uma redução de mais de 60%. Naquele ano, foram registrados 61 casos.
Os dados representam o quantitativo desde 1987. Nesse período, a Sesacre registrou um total de 775 pessoas que desenvolveram a doença, das quais, 235 morreram. Dos 22 municípios acreanos, Rio Branco lidera como o local de maior quantidade de casos, 612. Sena Madureira aparece na sequência, com 34 registros, e Senador Guiomard, com 21. Em seguida, estão Manoel Urbano e Cruzeiro do Sul, com 19 casos cada.
fonte g1