Homem acusa PM de prisão ilegal e tortura em Senador Guiomard



O funcionário da prefeitura de Senador Guiomard, Marcos Antônio da Silva Carvalho, o Conde, passou três dias preso na cadeia daquela cidade por ter desagradado o prefeito James Gomes. A prisão foi executada pelo sargento Eliseu Abreu, que vem a ser cunhado do prefeito.
No ato da prisão, o sargento torturou Conde com choques elétricos, chutes e bordoadas de cassetete. Mesmo ferido e com marcas visíveis pelo corpo, a autoridade policial se negou a fazer o exame de corpo de delito. Ele foi solto na terça-feira, por determinação do juiz Afonso Braña.
Cicatrizes comprovam a violência praticada contra o funcionário público
Cicatrizes comprovam a violência praticada contra o funcionário público“Tudo começou quando eu fiz uma denúncia contra o prefeito no Ministério Público Estadual”, explicou Conde. De acordo com ele, o prefeito teria doado para terceiros parte de uma rua da cidade. “A área doada fica no final da rua do Depasa lá em Senador Guiomad. Ele doou um lado da rua para um amigo que vem a ser o pai da escrivã de Polícia Civil da cidade, de nome Marcia. O outro lado foi dado para uma senhora chamada Sônia, que é funcionário da Câmara e muito amiga da mãe do prefeito”, acrescenta. “O pior é que, de vez em quando, as máquinas da prefeitura iam lá no limpar o terreno para eles”, revela.
Depois da denúncia, Conde disse que seus familiares começaram a ser abordados com frequência pelo sargento Eliseu. “Toda vez que ele estava em patrulha e encontrava alguns dos meus parentes, ele os abordava, fazia revista e ameaçava prender”.
Cansado de ver sua família sendo assediada e constrangida pelo militar, Conde disse ter ligado para ele no quartel da PM questionado sobre o motivo de tais ações. Esse ato teria sido o motivador da prisão. “Ele imediatamente disse pelo telefone que iria me pegar e veio mesmo”.
Braço do funcionário público também ficou bastante lesionado
Braço do funcionário público também ficou bastante lesionadoMinutos depois do telefonema, o sargento saiu em sua captura prendendo-o em sua casa. “Eles me pegaram e já foram me batendo. Me deram choque com aquela pistola taser, me bateram de cassetete e me humilharam muito”.
Conde foi preso no domingo e levado para a delegacia da cidade. Apesar de visivelmente lesionado em virtude da penetração dos eletrodos da pistola taser, bem como das bordoadas proferidas pelo sargento, o delegado plantonista se negou a fazer o exame de corpo de delito, procedimento de praxe em tais situações. “Ele não deixou que fizesse o exame, apesar de eu ter pedido. Veio fazer somente no dia que eu fui solto, ou seja, três dias depois e quando a maioria das marcas e hematomas já haviam desaparecido”.
Na tarde desta sexta-feira, Conde procurou ajuda na Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Ele quer mover ação por danos morais contra a Polícia Militar e contra o sargento em questão. Quer também que o Ministério Público Estadual investigue o caso e ajude a punir seus agressores e mandantes.
Conde exibe documentos da denúncia formulada contra o prefeito no MPE, despacho do juiz que o libertou e o alvará de soltura
Conde exibe documentos da denúncia formulada contra o prefeito no MPE, despacho do juiz que o libertou e o alvará de soltura  
fonte    pagina 20

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