O
deputado estadual Walter Prado, que é de Feijó e que está na cidade
desde ontem, disse que o clima é muito tenso no local. O prefeito Dindim
está ‘sumido’. O secretário de Finanças e o contador da prefeitura,
além do vereador Ronelsom, continuam presos. Os 3 participaram de um
esquema de superfaturamento de obras e serviços e de desvio de recursos
do Fundo de Participação do Município (FPM).
O deputado diz que é provável que Dindim “só apareça amanhã ou
depois, quando os candidatos não poderão mais ser presos por causa das
regras eleitorais”. Quando o vereador Ronelsom foi preso com R$ 21 mil
em notas de R$ 50 e R$ 100, estava indo se encontrar com Dindim, no Alto
Rio Envira. De acordo com a Legislação Eleitoral, candidatos só podem
ser presos, salvo em casos de flagrante, até hoje, dia 22.
Para Walter, Dindim cometeu crime de ação ou de omissão. “Não é
possível que um prefeito de uma prefeitura pobre como a de Feijó não
soubesse que recursos do FPM, principal fonte do Executivo, era
desviado. Para mim, trata-se claramente de 2 crimes: o desvio de
recursos do FPM e a utilização desse dinheiro para fins eleitorais”,
relata Walter, que diz, ainda, achar muito estranho, o fato de o
prefeito continuar desaparecido diante de todos esses fatos. “Quem é
inocente e tem como provar, tem o interesse de logo explicar tudo. Mas,
ao contrário disso, o prefeito Dindim, mesmo com parte da equipe presa,
continua fora da cidade”.
Cabeças raspadas
Na
manhã desta sexta-feira, familiares dos 3 acusados protestaram na
frente do Fórum de Feijó porque os presos tiveram as cabeças raspadas.
Esposas, filhos e outros parentes alegam que logo que chegaram ao
presídio de Feijó, o vereador Ronelsom, o secretário de Finanças,
Alberto Portela, e o contador da prefeitura, Tarcísio Cavallieri,
tiveram os cabelos raspados, o que para os familiares, é uma ‘humilhação
desnecessária’.
O juiz de Feijó, Gustavo Sirena, disse que não concorda com a ação do
Instituto Penitenciário do Acre (Iapen). Para ele, a raspagem das
cabeças é um ‘atentado à dignidade humana porque os presos também têm
seus direitos’. Segundo o magistrado, nem mesmo os presos já
sentenciados deveriam ter as cabeças raspadas. Sirena afirma que já
enviou ofício ao Iapen e vai tomar providências quanto ao fato.
Polícia segue investigando
O
delegado Roberth Alencar, que fez as 3 prisões em Feijó, continua
ouvindo funcionários e pessoas que prestaram serviços para a prefeitura.
O secretário de Polícia Civil, Emylsom Farias, contou que as
investigações prosseguem porque se trata de um caso que envolve desvio
de recursos públicos e que não tem nenhuma conotação política. “A
polícia trabalha com provas. Por isso as prisões foram feitas. O
Ministério Público e o Judiciário acompanham tudo em Feijó, por meio de
seus representantes. Já tivermos que prender políticos que eram da
situação”, relata o secretário.
fonte gazerta do acre
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