Um
comitê de enfrentamento à homofobia poderá ser implantado no Acre. Uma
audiência, com a participação de organizações não governamentais ligadas
ao tema e instituições governamentais, do Judiciário e do Ministério
Público, deve acontecer na tarde desta sexta-feira, 30, no auditório da
Ordem dos Advogados do Brasil, secção Acre (OAB/AC), para aprovar ou
desaprovar a criação do novo mecanismo.
“O
comitê estadual de enfrentamento à homofobia tem como finalidade ações
como a de procurar fazer com que as pessoas mudem de atitude com relação
à discriminação de pessoas que têm outra orientação sexual que não seja
a heterossexual e de propor legislação específica aos vereadores e
deputados com relação ao tema, entre outros assuntos”, explica Leo
Mendes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Mendes
se reuniu nesta quinta-feira, 29, com representantes do Ministério
Público do Estado do Acre, da Procuradoria Geral do Estado, da OAB/AC,
da Defensoria Pública e do próprio Ministério Público.
“Embora
saibamos que muitas das pessoas aqui no Acre já sofreram algum tipo de
preconceito por serem homossexuais, não há denúncias formais e o
Ministério Público vai estar presente nas demandas necessárias, por meio
de suas promotorias”, garantiu a procuradora-geral em exercício, Kátia
Rejane Guimarães.
O Acre foi
escolhido pela Presidência da República por ser um dos estados com menor
incidência de agressões homofóbicas no País: num grau 1 de uma escala
que vai de zero à dez, segundo Mendes.
“Por
isso, é um campo propício para a criação de um comitê. Aqui as pessoas
ainda usam muito pouco o instrumento do Disque 100 como mecanismo de
denúncia”, ressalta o representante da Secretaria de Direitos Humanos.
O
presidente recém-eleito da OAB/AC, Marcus Vinicius, afirmou que a
instituição vai também participar dos esforços para a criação do comitê.
“Vamos estar atuando, diagnosticando a situação e contribuindo com as
outras instituições”, afirmou.
De
acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
não há um censo no Brasil sobre a população que lésbica, gay, bissexual
e transexual, também conhecida de LGBT.
“Mas
estima-se que eles sejam 10% da população, o que no Acre seriam 70 mil.
Declarar a orientação sexual é algo muito íntimo e geraria problemas de
ordem jurídica, já que é inconstitucional que o IBGE inclua nos seus
recenseamentos este tipo de pergunta”, explica Leo Mendes.
Com
relação a casais homoafetivos, o País tem cerca de 60 mil relações
comprovadas pelo próprio IBGE. Apenas 3% dos municípios investem em
políticas públicas voltadas para os grupos de LGBT.
fonte gazerta net
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