Moradores da Vila Santa Luzia fecham BR 364 em protesto contra o Governo do Acre

O protesto foi acompanhado por centenas de policiais militares
Moradores da Vila Santa Luzia, distante 40 km do centro de Cruzeiro do Sul, bloquearam a BR 364 nas primeiras horas da manhã de hoje. O protesto, que foi acompanhado por centenas de policiais militares, visa “abrir um canal de diálogo” com o governo estadual. Os manifestantes reivindicam uma série de ações ligadas à saúde, educação, segurança, iluminação, entre outras.
A situação de tensão se agravou depois da morte de um menino de nove anos, vitimado por uma picada de cobra, e que não foi atendido pela unidade de saúde da vila. Segundo relatos dos moradores, ao chegar ao núcleo urbano, a criança não pôde ser socorrida porque não havia soro antiofídico. “A hillux estava quebrada e aí chamaram a ambulância do Samu, que estava no pátio do Hospital do Juruá. Depois de uma hora, o carro chegou. Infelizmente não deu para salvar ele”, declarou, desolado, o irmão da vítima, o agricultor José Jairo Moreira da Rocha. 
O protesto foi acompanhado por centenas de policiais militares  
Moradores querem que as promessas de campanha sejam cumpridas
Um dos responsáveis pelo ato, o subprefeito da vila, José Francisco Alves Campos, exige a assinatura de um documento para fazer valer as reivindicações. “Estamos esperando um hospital de média complexidade prometido pelo governo há quase dois anos. Eles tiveram a coragem de levar a ambulância, que tinha sido destinada para a vila através de uma emenda parlamentar”, denunciou o administrador.
Um dos manifestantes mais revoltados era o agricultor Josué Pereira. Morador da comunidade há 33 anos, ele disse que “são 14 anos de promessa e nenhum milagre”. Afirma, também, que existem salas de aula com mais de 50 alunos. “A nossa Santa Luzia está abandonada. A droga tomou conta da vila, enquanto na zona rural os agricultores sofrem sem apoio e ramais” 
Os manifestantes reivindicam uma série de ações ligadas à saúde, educação, segurança e iluminação  
Os manifestantes reivindicam uma série de ações ligadas à saúde, educação, segurança e iluminação
Caminhão do “Dança da Galera” é barrado
Um caminhão lotado de donativos, que seriam destinados para os ribeirinhos atingidos pela enchente do rio Liberdade, teve que voltar para a cidade. Apesar da argumentação da produtora do quadro global “dança da galera”, Cecilia Bellard, de que os alimentos seriam para socorrer pessoas necessitadas, a organização não cedeu a passagem. “A nossa intenção é só ajudar aquelas pessoas”, lamentou ela, dizendo que a arrecadação, obtida pelos inscritos do concurso, será entregue em outra oportunidade. 
"Vamos ouvir as pessoas e fazer o que estiver ao alcance do governo do Estado", diz representante da SAI
 Vamos ouvir as pessoas e fazer o que estiver ao alcance do governo do Estado”, diz representante da SAI Fim do bloqueio
Por volta de meio dia e meia, a assessora da Secretaria de Assuntos Institucionais (SAI), Janete Ponce, acompanhada do comandante do 6o Batalhão de Policia Militar, Tenente-Coronel Aires, chegou ao local do protesto. Ela pediu para que os manifestantes liberarem a estrada, comprometendo-se em atender as reivindicações dos moradores. “Em nenhum momento estivemos fechados ao diálogo. Vamos ouvir as pessoas e fazer o que estiver ao alcance do governo do Estado”, assegurou ela. Uma reunião ficou marcada para o final do dia.

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