Mesmo condenado, Vagner permanece no cargo

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Parte da população comemorou, e outra parte lamentou, o retorno de Vagner Sales ao cargo, anunciado nesta quinta-feira após a concessão de medida cautelar pelo STF, suspendendo o efeito da decisão anterior, do mesmo STF que extinguia o mandato do prefeito Vagner Sales.
Trata-se de uma liminar e seu efeito é limitado. O mérito do recurso interposto pela defesa de Vagner Sales ainda não foi julgado. A tese da defesa é de que a ação condenatória ainda não tramitou em julgado. O último despacho do STF contudo, assegura que não cabem mais recursos.
No documento recebido  pelo juiz da 4a Zona, José Wagner Alcântara, Vagner Sales estaria condenado há 3 anos e 8 meses de prisão, perderia seus direitos políticos e teria o seu mandato extinto recursos e que sua defesa já teria “abusado do direito de recorrer”.
O crime pela qual Vagner Sales foi condenado prescreve em agosto.
O Crime   
Vagner Sales é condenado em terceira instância pelo crime de peculato que traduz-se como “apropriação indébita de recurso público”. O crime ocorreu quando o prefeito exercia o mandato de deputado estadual, no ano de 2003. Ele teria se apropriado do recurso de passagens aéreas e não prestado contas satisfatoriamente. Outros deputados também foram acusados pelo mesmo crime, contudo, seus advogados alegam que os mesmos acataram a condenação em segunda instância e fizeram acordos com a justiça. No caso de Vagner, ao recorrer em terceira instância, teria favorecido a condenação em colegiado, torna-o “ficha-suja”. A ação é movida pelo MPF, outra ação movida pela FPA postula que a chapa pela qual Vagner Sales concorreu era inelegível já por ocasião de seu registro (Vagner foi condenado já em 2009) e que portanto, deveriam ser convocadas novas eleições.
Apoio Popular
Enquanto a população se divide entre lágrimas e sorrisos e o resultado parece cada vez mais incerto, algumas certezas já começam a aparecer.
A primeira delas é de que independente de qual seja o resultado final, Cruzeiro do Sul já perdeu. Feridas mal-curadas foram abertas novamente em um clima de eleição extemporânea colocando os ânimos à flora da pele.
Novamente temos uma sociedade dividida entre aqueles que pretendem “deixar o homem trabalhar” e aqueles que acham que é “vergonhoso para Cruzeiro do Sul ter um prefeito condenado à frente da gestão”.
Vagner Sales, condenado ou não, conta com significativo respaldo popular e tem a anuência de parte da câmara de vereadores.
Uma das principais defesas de quem o apóia é a de que a corrupção encontra-se também no campo político de seus adversários. De olho na Operação G7 que investiga fraudes em licitações e formação do cartel, ao olhos de muita gente, Vagner Sales é “ladrão de galinha” quando comparado à gestão estadual.
Somado à impunidade dos réus do mensalão, à permanência de Renan Calheiros da presidência do senado e a tantas outras condenações que não tiveram qualquer efeito concreto, a reflexão nas ruas da longínqua e afastada Cruzeiro do Sul, parece agora ter se reduzido à seguinte proposição: “Sim, ele roubou. Mas quem não rouba? ”    
fonte   www.juruaonline.com

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